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- O goofy australiano, cuja expressão agora só serve mesmo para descrever o pé com que surfa à frente, deu um festival em Cloudbreak
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Lembram-se daquele surfista engraçado, que passava a vida a fazer palhaçada e sempre a tentar mostrar um lado descontraído e pouco competitivo. Esqueçam-no! Matt Wilkinson já não é o tipo dos fatos personalizados, das bebedeiras e prisão em vésperas de campeonatos, nem o playboy que foi durante anos. Nem muito menos o ano passado foi uma exceção à regra. Wilko está mesmo transformado e a vitória no Outerknown Fiji Pro foi a prova disso. É ele o novo líder do ranking mundial.
O goofy australiano, cuja expressão agora só serve mesmo para descrever o pé com que surfa à frente, deu um festival em Cloudbreak. É verdade que foi uma competição atípica, cheia de surpresas, com muitos outsiders nas rondas finais e com os principais favoritos a mostrarem uma estranha alergia à lycra amarela. Mas não é menos verídico que Matt Wilkinson foi letal a atacar de frente os desafiantes lips de Cloudbreak.
Até porque se olharmos para o percurso de Wilko, mesmo com tanta gente inesperada nas rondas finais, o australiano teve de superar surfistas bem competentes para chegar à vitória. Limpou Julian Wilson nos quartos-de-final. Nas meias-finais teve de superar a bestialidade de Michel Bourez, que mais parecia um touro enraivecido solto na arena e rumo ao triunfo. Depois, na final bateu o rookie Connor O'Leary, que lhe deu bastante trabalho.
Mas antes de Wilko conquistar a terceira etapa do WCT nos últimos dois anos – só o campeão mundial John John Florence se pode gabar de ter registo igual entre 2016 e 2017 -, o ponto alto da ação aconteceu na terceira ronda. Uma ronda dividida em duas partes distintas, com quase uma semana de paragem pelo meio. Na primeira, naquela em que Kikas perdeu para Julian, foi Owen Wright o primeiro dos candidatos a vacilar.
Depois houve um rol bem vasto de eliminações surpresa. A Medina juntaram-se Fanning, John John Florence, Slater, Jordy, Kolohe e, por fim, Adriano de Souza. Jordy e Mineiro só precisavam de avançar essa ronda para alcançarem a liderança do ranking. Mas nem isso lhes valeu. Em 12 heats, entre os de lycra vermelha apenas escaparam com "vida" Parko e Seabass, juntando-se a Julian e Wilko, que o fizeram na semana anterior.
A partir daí começou o festival de Wilko. Com muitos rookies e veteranos na luta pela final, acabou por ser um "intermédio" a levar a melhor. O Fiji Pro pode não ter sido "delicioso" para muitos fãs, mas teve o condão de colocar as contas do ranking num equilíbrio nunca antes visto. Wilkinson lidera com apenas 250 pontos de avanço sobre John John e com 600 sobre Jordy, Owen e Mineiro. Parko surge mais longe, mas ainda dentro da luta, com 4.100 pontos de atraso para a frente. Destaque ainda para o espetacular sétimo lugar do rookie Connor O'Leary, mas já a mais de 8 mil pontos da frente.
Reparem, que já estamos a meio do ano... As contas mostram que os cinco surfistas na luta, todos eles com boas possibilidades de saírem da próxima de etapa, em J-Bay, com a lycra amarela vestida, foram os que ganharam as cinco primeiras etapas do ano. Por isso, se existir um novo vencedor pode chegar-se perfeitamente a este quinteto, até porque dá para perceber que não há um surfista mais regular que os outros até ao momento. Pelo menos ninguém se pode queixar de não haver imprevisibilidade.
Notícia redigida pelos nossos amigos da SurfPortugal
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