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  • Carta aberta ao Presidente da República
    01 fevereiro 2017
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  • Marcelo Rebelo de Sousa é um conhecido admirador da fauna e flora portuguesa e um utilizador frequente das nossas praias.
  • Têm sido tempos difíceis para todos aqueles que ao longo dos últimos meses lutaram contra a prospecção e exploração de hidrocarbonetos em portugal, com o Governo e os media a darem duras golpadas na informação e desinformação que não querem ou fazem questão de mostrar. 

    Consulta aqui a previsão XXXL de ondas para esta semana!

    Felizmente, há cada vez mais cidadãos activos e conscientes em torno desta problemática e por aqui e por ali, vão surgindo grupos, manifestações, artigos de opinião, documentários, vídeos, manifestações de arte urbana, etc, tudo contra esta indústria que para além de condenar e condicionar a vida de milhares de pessoas através da consequência da exploração e consumo dos hidrocarbonetos, o aquecimento global, ainda quer mais e mais está a investir a todo o gás para destruir uma das poucas coisas que ainda temos de natural e selvagem no nosso país: A nossa Costa e o nosso Mar!

    Uma cidadã ativa, foi mais longe e decidiu escrever uma carta ao nosso Presidente da Republica, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, conhecido admirador da fauna e flora portuguesa e um utilizador entusiasta das nossas praias.

    "Excelentíssimo e muy prezado Presidente da República,

    Professor Marcelo Rebelo de Sousa,

    Hoje escrevo, não só ao Presidente da República, mas também, a quem acredito, Ser, um grande Constitucionalista, Professor, Homem, Pai, Avô, Cidadão Português e do Mundo.

    Pergunto-me, como pode um Homem, que fez mexer um Ministério, por que viu o fim de uma Companhia de Teatro, ignorar, agora, que a maior riqueza do seu país, está literalmente em leilão, ao estilo Ebay, no site da ENMC, E.P.E?

    E a pouca vergonha é tanta, que nem a área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, escapa, ao loteamento por quadradinhos, ao estilo “sai sempre brinde, pique o seu número”, dos cafés das Aldeias e Vilas de Portugal, transformando o nosso Território, em peça de fim de colecção…

    As expressões são de um mercantilismo barato, mostrando o miserabilismo dos que se julgam eternos, ou dos que, ao sabor faraónico, pensam, gozar-se, de toda a riqueza de bens e ouro, acumulada nas panças gananciosas, ainda após os vermes dilacerarem as suas entranhas, num pedaço de terra poluído, quando o dia do qual ninguém foge, chegar.

    Que gentes são estas, Senhor Presidente? Fale-me da sua gente, do seu povo, fale-me das crianças que outrora riram descalças entre as areias da praia, de férias com as famílias, brincando no rebater das ondas e que, hoje, do alto das bancadas parlamentares, nada vêm, senão egos e moedas?

    Com o devido respeito, que é muito, é que é o Senhor Presidente que trava, diplomaticamente ou por afectos, com essa gente, sorrindo-lhes, apertando-lhes a mão, encostando-lhes a face na suas faces, a mesma que se deita quando cai a noite, na almofada dos conscientes e, em paz de espírito, com a Vida.

    Fale-me delas, por que eu, por estupidez, pieguice ou ignorância, não as consigo perceber…

    Como podemos cumprir, com todos os documentos estratégicos desenvolvidos, o Compromisso 2020, com metas no Turismo, as Energias Renováveis, os pactos anti combustíveis fosseis, e milhares de directrizes, estudos que atestam que o Crescimento Sustentável, Inteligente e Inclusivo de Portugal só existe, se existir TERRITÓRIO e TURISMO. Só podemos estar a enganar Bruxelas...

    Como podemos cumprir, prover um FUTURO, sem Mar e sem a nossa exuberante Costa, livres de gigantes de aço, que fustigarão as águas que tanto deram e dão ao nosso povo?

    Não! Quero a minha pátria de volta. Quero essas empresas predatórias fora daqui! Quero o Ministro e o Governo que o apoia, fora das minhas praias, do meu paraíso! Quero dormir sem ter de preocupar com o fim da nossa qualidade de vida. Quem manda no domínio público é o Estado, e o Estado é o Povo! E eu também sou o povo!

    E o povo tem-se unido, exercendo a cidadania, através de petições sucessivas, desventradas da Constituição, ainda que essa já nada possa fazer por nós, por que os que não respeitam a Natureza também não têm nobreza para respeitar tão iluminado documento.

    Não é preciso invocar leis, nem estratagemas, nem diplomas e mestrados, seria um insulto, à sua inteligência e sensibilidade, que eu e o povo português, lhe reconhecemos, diante das Urnas.

    E então, Senhor Presidente? Pode o Futuro de Portugal contar consigo, para o que de facto faz a diferença, a longo prazo?

    Não esconda, por favor, o Homem que pode marcar a excelência, projectando-nos nas malhas do Futuro, tornando Portugal como o primeiro país Tolerância Zero, à Lapidação dos Recursos Naturais Endógenos, fonte de vida e riqueza, no seu estado natural e preservado.

    Não me despeço. Recuso-me a despedir-me de Si, sem que antes, me responda… Por que despedir-me assim, é tornar-me descrente e vazia… E Portugal merece MELHOR!"

    Texto de Petra Pinto

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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