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- 'Os meus receios quando estou no oceano acabaram. Agora sinto-me livre e também feliz', assegurou o refugiado.
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Via Surf Portugal
A questão dos refugiados é cada vez mais global. Apesar dessa realidade ter estado na ordem do dia recentemente na Europa, com o enorme fluxo de refugiados vindos da Síria, a verdade é que muitas regiões do globo já sofrem com isso há algum tempo. Na Austrália, por exemplo, chegam milhares de fugitivos políticos.
Estes migrantes chegam à OZ depois de longas e atribuladas viagens de barcos oriundos da Indonésia. Muitos perdem a vida. Os que sobrevivem podem ficar com imensos traumas que são reflexo da dureza dessa jornada. Agora, os australianos decidiram implementar uma terapia à base do surf para ajudar os refugiados a ultrapassarem esses traumas.
A agência Associated Press falou com Brenda Miley, diretora da escola Let’s Go Surfing. “Nós sabemos que estar em contato com o oceano e fazer surf faz bem a toda a gente. Esta é uma situação vantajosa para todas as partes. Ajuda-os a ganhar confiança, adquirem aptidões e aprendem um pouco da cultura australiana”, frisou Miley.
As aulas aos refugiados são dadas na escola já referida, mas a iniciativa partiu da Settlement Services International (SSI), uma organização de cariz social e sem fins lucrativos. A ação iniciou-se no ano passado e os refugiados que participam nela são oriundos sobretudo de países asiáticos, como o Irã, Bangladesh, Sri Lanka ou Afeganistão.
Segundo Robert Shipton, representante da SSI, esta terapia à base do surf está a ter resultados mais efetivos que qualquer outra opção. Anteriormente já haviam sido testadas outras formas de aliviar o imenso stress que estas pessoas adquirem durante as jornadas de fuga pela liberdade em procura de asilo político. Mas nada surtiu um efeito tão positivo como o surf.
Um dos refugiados incluídos neste programa aceitou dar o seu testemunho à AP, embora sem referir a sua identidade. “Isto é muito diferente daquilo que foi a minha viagem de barco. Os meus receios quando estou no oceano acabaram. Agora sinto-me livre e também feliz”, assegurou o refugiado.
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