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- O movimento Alentejo Litoral pelo Ambiente exigiu hoje ao Governo a rescisão dos contratos de prospeção e exploração de hidrocarbonetos.
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Depois da notícia em que a GALP decidiu começar os furos para a exploração de Petróleo em Portugal, eis que o movimento Alentejo Litoral pelo Ambiente (ALA) exigiu hoje ao Governo a rescisão dos contratos de prospeção e exploração de hidrocarbonetos, manifestando-se preocupado com o início da prospeção de petróleo na costa alentejana previsto para 2017.
"Exigimos ao Governo a rescisão dos contratos de prospeção e exploração de hidrocarbonetos em Portugal, no Alentejo Litoral em particular, por comprometerem seriamente as condições de vida das populações e as atividades económicas de que elas dependem" e devido aos "graves riscos e impactes que provocariam" naquela costa "de excelência ambiental", refere o movimento, num comunicado enviado à agência Lusa.
Em alternativa à prospeção e à exploração de hidrocarbonetos, o movimento exige "o desenvolvimento de uma política energética assente nas energias renováveis, de acordo com as estratégias de desenvolvimento sustentável regionais e nacionais e dos acordos internacionais celebrados".
No comunicado, o ALA, criado no dia 11 deste mês, manifesta preocupação com as "recentes notícias que apontam o início da prospeção de petróleo na costa alentejana para abril de 2017, pelos riscos que representa para o desenvolvimento, o ambiente e o futuro das populações da região".
"Os impactes ambientais da exploração ´off-shore` de hidrocarbonetos são graves e têm efeitos irreversíveis para o ecossistema e para a vida das populações que dele dependem, especialmente para os setores da pesca e do turismo, que têm grande importância económica e social" no Alentejo Litoral, alerta o movimento, referindo que os contratos para prospeção e exploração de petróleo que vigoram na costa alentejana "remontam a 2007" e as autarquias e as populações da região "nunca foram ouvidas sobre esta matéria".
Segundo o ALA, a costa alentejana "é uma das mais relevantes áreas de biodiversidade da Europa" e, por isso, "está quase totalmente integrada na Rede Natura 2000 e em áreas protegidas ao abrigo de legislação nacional".
"O valor natural e a beleza da paisagem" da costa alentejana "vêm atraindo cada vez mais" populações, nacionais e estrangeiras, e investidores no setor do turismo, que "muito têm contribuído para a afirmação da região, através de uma oferta de excelência que se diferencia pela autenticidade, pela qualidade e pela diversidade dos seus produtos e serviços".
O movimento refere que "a dinâmica dos agentes turísticos locais e a excelência dos valores naturais e culturais em que alicerçam a sua atividade fazem do turismo um setor emergente, com cada vez mais relevância para o desenvolvimento da região e da sua base económica, e um fator de afirmação da sua identidade".
"A riqueza natural, a qualidade de vida que conhecemos e a revitalização económica que temos vindo a assistir não são compatíveis com a instalação de plataformas petrolíferas ao alcance da vista, nem com os derrames de crude que, inevitavelmente, originam", defende o movimento, lembrando as consequências do acidente com o navio Marão, em 1989, que provocou um derrame de crude, que se alastrou entre Sines e Almograve.
Os efeitos do derrame "ainda hoje se fazem sentir nos fundos marinhos contaminados com crude, que as redes e armadilhas de pesca trazem frequentemente para bordo das embarcações", lamenta o movimento, referindo que não aceita, nem irá permitir que "a experiência se repita com maior frequência no futuro".
Por outro lado, frisa, "o contexto global de aceleração das alterações climáticas e o novo paradigma de desenvolvimento energético assente nas energias renováveis exigem mudanças individuais e coletivas que nos desafiam a assumir responsabilidade e nos mobilizam para a ação".
Mais sobre este movimento aqui.
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Fotografia: Pico do Apocalipes em São Torpes/Sines por Kalux Surf Sines
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