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- Há ainda a possibilidade de Portugal estar representado em dezembro na segunda edição do Mundial da modalidade, estando essa decisão dependente de um estágio já marcado para outubro.
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O surf adaptado é uma modalidade em franco crescimento no nosso país. O surf é, realmente, para todos e cada vez são mais os surfistas com deficiências intelectuais ou motoras a deslizarem nas ondas portuguesas. Dessa forma, e com a ISA a anunciar esta semana a realização pelo segundo ano consecutivo do Mundial de Surf Adaptado, fomos tentar perceber se existe a possibilidade de Portugal marcar presença.
Contactámos a Federação Portuguesa de Surf e a resposta em relação a essa possibilidade foi positiva. Apesar de o assunto ainda não ter sido falado publicamente, o surf adaptado é uma vertente que também tem sido trabalhada pela FPS, segundo garante o professor Miguel Moreira. O consultor técnico para o alto rendimento revela ainda que estão já a ser dados os primeiros passos para a criação de uma equipa nacional.
Dessa forma, e apesar de ainda ser apenas uma incógnita, existe uma possibilidade de Portugal estar representado por uma Seleção Nacional em dezembro deste ano na prova que se realizará em La Jolla, na Califórnia. Tudo depende de como decorrer o estágio de observação que está já programado para outubro próximo e que contará com 7 a 10 surfistas já identificados pela Federação.
“A FPS está a trabalhar com a minha colaboração em todas as disciplinas e, embora não tenha sido ainda comunicado, o surf adaptado não é exceção”, afirmou Miguel Moreira. Em 2015 houve uma reunião entre a FPS e as instituições – num total de quatro (SURFAddict, Surf for All, Special Surf 78 e Associação Salvador) - que mais têm feito pelo surf adaptado. Dessa forma foi possível apurar números. Apesar de não se tratar de um número preciso, calcula-se que existam cerca de 350 pessoas, que participaram em 10 eventos ao longo do último ano.
Alvos identificados
A regularidade com que estes surfistas praticam a modalidade é um a fator extremamente importante para o passo seguinte. “Temos 22 surfistas com diferentes níveis de técnica e prática. Desses 22 surfistas, apenas sete apresentam um nível técnico mais evoluído”, refere. Agora, o próximo passo, que a FPS procura dar pela certa, é perceber se há matéria-prima para criar, primeiramente, uma equipa nacional, com potenciáveis selecionáveis.
“O próximo passo é juntar estes surfistas que estão identificados e fazer um encontro, que acontecerá em outubro. Vamos tentar identificar o nível de todos e fazer o ponto de situação. É um estágio de observação para definir critérios de forma a dar os passos seguintes”, explica Miguel Moreira.
O objetivo de criar uma equipa é claro para a FPS. Mas, antes disso, é necessário dar os passos certos. “Há critérios definidos pela equipa técnica nacional, que é liderada pelo David Raimundo, para a escolha dos atletas, nas mais variadas disciplinas. Esse é o próximo passo: ter critérios e ter um treinador. Depois, então, passamos à criação da equipa nacional e, só posteriormente, de uma possível Seleção para competir”, frisa.O regulamento da prova é outro dos obstáculos ao qual a Federação procura adaptar-se. No ano passado disputaram-se quatro categorias distintas, mas este ano o número foi aumentado para seis, com mais especificações. Contudo, há ainda um vazio competitivo no que aos atletas com deficiência intelectual diz respeito. “Esse é um problema em que temos de trabalhar. Temos alguns surfistas identificados que não sabemos onde os incluir. Não faz sentido um atleta ir a uma prova onde não tem enquadramento”, explica Miguel Moreira.
Ainda assim, pese todas as limitações, a presença nos Mundiais já deste ano não está descartada. “Tudo o que estamos a fazer é a pensar que é possível ir ao Mundial. Mas depende das condições em que vamos conseguir responder ao regulamento da prova. Isso tudo tem de ser estudado e equacionado. Pelas conversas que temos tido, provavelmente, não conseguimos ter oito surfistas disponíveis - máximo de atletas por equipa -, logo, a ir, é com uma equipa incompleta, o que nos prejudica como Seleção na classificação final coletiva”, especifica.
Campeonato nacional?
A possibilidade de ser criado um campeonato nacional de surf adaptado não está, para já, em cima da mesa. Para Miguel Moreira essa é uma possibilidade que “não faz sentido face aos números atuais”. “Corríamos o risco de ter um indivíduo apenas em certas categorias. Consideramos que isso seria dar um passo em falso. No entanto, no futuro, podemos fazer um evento em conjunto com todas estas associações de forma a introduzir o cenário competitivo”, conclui.
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FotografiaISA
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FonteRedação
