Numa altura em que a campeoníssima Carissa Moore tem sido notícia porque vai regressar ao CT em 2026 após ter sido mãe, outra mamã de primeira viagem protagonizou uma bonita história este ano. Curiosamente, também é havaiana. De seu nome, Honolua Blomfield.
Quem acompanha com atenção as lides do longboard, sabe que esta natural do North Shore é uma das mais laureadas da história da disciplina.
Juntamente com Cori Schumacher e as contemporâneas Soleil Errico e Rachael Tilly, Hono está no topo da lista de longboarders mais tituladas, possuindo três cetros mundiais (2017, 2019 e 2021).
Todavia, no último ano, a ex-campeã do mundo ISA viveu uma outra fase da sua vida. Inédita, mas igualmente muito marcante: a maternidade. Nas diferentes fases desta nova experiência, Blomfield encontrou sempre forma de conciliar com a competição.
Em 2024, Honolua participou já grávida nas últimas duas etapas do circuito mundial, qual Johanne Defay ou Carissa Moore.
Na finalíssima de El Salvador, a longboarder de então 25 anos esteve na discussão do título. De esperanças, a consagrada havaiana conseguiu vencer três heats consecutivos nas longas direitas de El Sunzal, esbarrando apenas na futura campeã Rachael Tilly.
Veio o defeso e a campeã mundial do pré e pós-pandemia foi ficando vez mais grávida. Tudo desembocou em abril, com o nascimento do bebé Reign, o seu primeiro filho. Dois meses após este mágico momento, a longboarder de 26 anos já estava novamente a vestir a licra de competição. Participou num QS caseiro, no qual alcançou um honroso quinto lugar. Estava dado o mote para nova participação na elite mundial, que viria a ser memorável.
Honolua Blomfield
WSL/Max Physick
Após um arranque de campanha bem discreto e à beira de falhar a presença na finalíssima de El Salvador, bem como a requalificação para 2026, Honolua Blomfield viajou até ao Médio Oriente na companhia do marido e do bebé Ryan.
"Estava super nervosa. Uma longa viagem com um bebé, competir enquanto cuido do bebé, amamentar entre os heats e manter-me em forma para surfar", contou em publicação na rede social Instagram.
Apesar das 1001 tarefas, a verdade é que Blomfield surgiu transfigurada face ao que tinha apresentado. Reencontrou-se com a forma que fez de si um nome grandioso do longboard mundial. "Acho que foi o meu namorado que me convenceu a ter esta mentalidade. Preciso de acreditar em mim. Não costumo fazer muito isso, mas agora consegui", confidenciou.
Desde a primeira hora, Hono esteve imparável na piscina de ondas artificiais em Abu Dhabi, mostrando uma conexão sublime com as ondas geradas pela tecnologia de Kelly Slater.
A cada heat surfado, disparava notas excelentes, fosse para direita ou para a esquerda. Por mais do que uma vez, roçou a perfeição, naquele que foi tratado em cima do pranchão. Claro está, tudo culminou na emotiva conquista do Surf Abu Dhabi Longboard Classic. A vitória foi dedicada a todas as mães.
Honolua Blomfield
WSL/Manel Geada
"Fiz algo que nunca acreditei ser possível. É verdadeiramente uma sensação inexplicável e inesperada. Havia muito para gerir, mas no fim do dia as estrelas alinharam-se e deu tudo certo."
Graças à proeza alcançada na capital dos Emirados Árabes Unidos, de uma assentada a havaiana subiu 13 (!) lugares no ranking, o que possibilitou aceder à finalíssima de El Salvador e garantir desde logo a requalificação.
Em El Sunzal, onde chegou como terceira colocada da hierarquia, a natural de Haleiwa acabou por perder na estreia. Foi novamente batida pela californiana Rachael Tilly, que viria a revalidar o título mundial.
Honolua Blomfield fechou este incrível ano como mãe, vencedora de etapas do Tour e número 4 do mundo. Porém, a maior vitória foi conciliar a carreira profissional com uma nova fase da vida pessoal. Um verdadeiro exemplo!
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