Quando teve início o Mundial de Longboard versão 2025, pouquíssimos imaginariam que a temporada iria acabar com Kai Ellice-Flint como novo campeão do mundo. Porventura, nem o próprio.
Até este ano, o competidor australiano jamais tinha vencido no 'Tour' (fê-lo logo na abertura em Huntington Beach), nunca tinha sido top 10 mundial e só assegurou lugar no circuito deste ano devido a um wildcard concedido pela World Surf League (WSL).
A verdade é que entrou como convidado e saiu como detentor do título mundial, na sequência da vitória na finalíssima de El Salvador, disputada na última quinta-feira. Nas longas direitas de El Sunzal, a inédita conquista foi obtida com uma prancha shapeada pelo próprio Kai Ellice-Flint, o que torna esta história ainda mais especial e singular.
Se Ellice-Flint deslumbrou com o pranchão concebido pelo próprio - fez uma onda de 9,50 pts durante a final - o seu oponente nos derradeiros duelos iniciou a prestação com uma prancha que não era sua, pois o seu material andou perdido durante alguns dias. Dono da licra amarela, o francês Edouard Delpero treinou nos dias anteriores e começou a competir com um pranchão que é pertença de Rachael Tilly, que revalidou o título mundial no setor feminino.
Todavia, estava Delpero em plena ação quando miraculosamente as suas pranchas chegaram a El Sunzal, ainda a tempo de serem utilizadas.
Apesar do regresso ao material que está habituado a ter debaixo dos pés, o trintão Edouard Delpero não conseguiu contrariar a evidente superioridade de Kai Ellice-Flint. O longboarder australiano fechou as contas com dois triunfos consecutivos sobre o adversário gaulês.
Desta forma, Delpero falhou o objetivo de ser o primeiro campeão do mundo de longboard da WSL proveniente da Europa e de juntar este título mundial ao da ISA, conquistado este ano em... El Sunzal. Algo que a amiga Rachael Tilly conseguiu fazer.
Chegado a El Salvador como um surpreendente vice-líder do ranking mundial, antes do encontro com Edouard Delpero, Kai Ellice-Flint teve de derrotar o longboarder que estava na posse do cetro, o veterano Taylor Jensen. Foi a passagem do testemunho.
O longboarder de 29 anos ofereceu à Austrália - país com muita tradição na modalidade - um título mundial que no setor masculino já fugia desde 2022, então com a conquista de Harrison Roach.
"Gostava de ter palavras para isto. Que viagem tem sido. Falta-me uma pouco de auto-confiança, estou sempre a criticar tudo e a tentar melhorar em algo, como o design da prancha. Isso está enraizado em mim. Quero sempre fazer e ser o melhor. Construir as melhores pranchas e colocá-las debaixo dos pés", confidenciou Kai Ellice-Flint.
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