Yolanda Hopkins, de 27 anos, continua a trilhar um caminho que está à beira de culminar numa proeza inédita: tornar-se na primeira surfista portuguesa a qualificar-se para o circuito mundial de surf.
Esta quarta-feira, em Saquarema, Yo-Yo deu novo passo de gigante para alcançar esse precioso objetivo de uma vida. Com um apuramento arrancado a ferros, a vice-campeã mundial ISA acedeu aos quartos-de-final do Saquarema Pro, quinta e penúltima etapa do circuito Challenger Series versão 2025/2026.
Vice-líder do ranking feminino na chegada ao Brasil, Yolanda iniciou a prestação no 'Maracanã do Surf' sabendo que caso seja finalista assegura antecipadamente a qualificação. O quinto lugar, que já alcançou ao estar nos 'quartos', também poderia ser suficiente, mediante o resultado das adversárias.
Com o atual cenário no ranking provisório - está quase 12 mil pontos acima do cut - já quase nem uma hecatombe pode impedir Hopkins de estar no CT em 2026. Pontos valiosos têm sido amealhados a cada ronda ultrapassada, deixando a antiga bicampeã europeia da WSL numa situação bastante confortável. Das surfistas que estavam mais próximas na hierarquia, somente a australiana Sally Fitzgibbons (3.ª) permanece em competição.
Curiosamente, tudo pode ficar consumado na onda em que a portuguesa há um ano já esteve pertíssimo de fazer história. Aí, ficou a um heat de ter lugar na divisão máxima do surf mundial.
"Estou a tentar levar isto até ao fim e qualificar-me. Acho que estou no caminho certo e agradeço imenso todo o apoio que tenho tido, especialmente desde a Ericeira. O agradecimento é do fundo do meu coração", disse Yolanda Hopkins, ligeiramente emocionada, nas curtas palavras que proferiu na língua de Camões na entrevista pós-heat da WSL.
A quinta presença nos quartos-de-final em outras tantas etapas desta Challenger Series - regularidade à prova de bala - foi rubricada às custas da ex-top mundial Alyssa Spencer, campeã do Saquarema Pro em 2022.
Ao longo dos 30 minutos de duração, o duelo foi marcado pela maré já muito cheia, o que tornou tudo mais lento e fez escassear as boas oportunidades no lineup da Praia de Itaúna.
O equilíbrio foi a nota dominante. Prova disso é que a indefinição quanto à vencedora perdurou para lá do toque de buzina. Resultados de uns últimos segundos de cortar a respiração.
Na última onda surfada, Yolanda conseguiu recuperar o comando que minutos antes tinha perdido devido a uma onda da adversária norte-americana debaixo da sua prioridade. Alyssa também surfou no último suspiro, mas bateu na trave.
Contas feitas, repetiu-se o mesmo desfecho do recente duelo nos quartos-de-final do EDP Ericeira Pro: vitória portuguesa. Yolanda Hopkins somou 10,73 pts face os 10,14 pts de Alyssa Spencer. "Foram momentos difíceis nos últimos segundos do heat. Estou super aliviada por ter conseguido", confidenciou a campeã nacional Open em 2019. Em terra, filmado pela WSL, o treinador John Tranter também não escondeu o nervosismo, respirando fundo com o desfecho favorável.
Da próxima vez que vestir a licra de competição, o que poderá acontecer já esta quinta-feira (potencial dia das finais), Yo vai estar no Point de Itaúna com a jovem australiana Ellie Harrison, de 20 anos. É o terceiro heat dos quartos-de-final, sendo que a competidora 'aussie' nunca derrotou a lusa em confrontos 'woman-on-woman' na Challenger Series, averbando duas derrotas.
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