O Frontón, no arquipélago das Canárias, voltou a ser palco de um momento histórico no bodyboard de competição.
No último sábado, aos 40 anos (!) de idade, o brasileiro Uri Valadão sagrou-se campeão do mundo. 17 anos (!) depois, o 'Baiano Voador' volta a aterrar no topo do bodyboard mundial. Era também desde 2008 que o país irmão não tinha um campeão mundial, um registo bem diferente do verificado entre as mulheres.
Este foi o culminar de uma temporada em que Valadão mostrou desde cedo ao que vinha, conquistando a etapa inaugural em Marrocos.
Porém, a glória não chegou sem sofrimento. Neste emotivo dia das finais, onde o Frontón esteve à altura com ondas pesadas e de alta qualidade, Uri discutia o título com o ainda detentor do cetro Armide Soliveres e o ex-campeão mundial Pierre Louis Costes. Eram os três resistentes de uma corrida que começou com meia dúzia de candidatos.
Líder do ranking mundial, o bodyboarder sul-americano era o único que dependia exclusivamente de si. Todavia, o compatriota Eder Luciano fez a desfeita ao eliminar Uri Valadão numa grande bateria.
Sem o destino nas mãos, o veterano brasileiro ficou dependente do que iriam fazer o local Armide Soliveres e PLC. Eis que Uri Valadão teve como 'melhor amigo' um outro veterano do bodyboard mundial, Amaury Lavernhe.
Completamente conectado com as direitas e esquerdas perfeitas do Frontón, o também quarentão encarregou-se de eliminar Armide Soliveres e o compatriota Pierre Louis Costes nos 'quartos' e meias-finais, respetivamente. Com este desfecho, Uri Valadão, que estava em terra a sofrer junto da tropa brasileira, pode então gritar vitória e fazer a festa.
"Há 17 anos que perseguia este sonho: voltar a lutar pelo Mundial no Frontón. Foi tudo uma experiência incrível. Desde as pessoas das Canárias à onda", disse o consagrado competidor. Curiosamente, em 2008, a coroação também tinha ocorrido na mesma ilha das Canárias, mas em El Confital.
Não obstante a idade mais avançada, o 'Baiano Voador' garante: "Sinto-me mais completo do que nunca. Trabalhei muito, sobretudo a nível físico e mental. Continuo a ser radical, mas com mais equilíbrio e o mais importante: desfruto de cada onda como em 2008."
Título entregue, por cortesia de Amaury Lavernhe, mas ainda havia um prémio gordo em jogo: o título de campeão do Gran Canaria Frontón King. A vitória coube a... Amaury Lavernhe, que esteve intratável durante a decisiva jornada. Deu um tratado de bodyboard. Nas três baterias que surfou, todas as pontuações combinadas foram construídas com pares de notas excelentes. Na meia-final, esteve mesmo perto da pontuação perfeita com 19,15 pts em 20 possíveis, servindo uma combinação ao velho conhecido PLC.
Pela quarta vez na carreira, 'Moz' é o 'Rei do Frontón', naquela que foi igualmente a segunda vitória na presente temporada.
Contudo, este triunfo teve uma particularidade. Amaury Lavernhe chegou a ser eliminado do campeonato. Foi um dos protagonistas da polémica bateria que foi repetida e na qual o português Stephanos Kokorelis também esteve envolvido.
Neste dia final no Frontón, também esteve em jogo o título mundial Júnior. O cetro foi arrecadado pelo francês Louka Zaninotto, que venceu a final ao local Alberto Pérez.
Com vitórias nos dois escalões (Open e Júnior), o bodyboard gaulês só não teve um dia perfeito nas Canárias porque Pierre Louis Costes falhou a conquista do terceiro título mundial da carreira.
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