Este domingo, Yolanda Hopkins ficou muito perto de conquistar o título mundial ISA pela primeira vez na carreira.
Quatro anos depois, Yo volta a arrecadar a medalha de prata em El Salvador após um campeonato praticamente imaculado. Resistente da armada lusa no dia das finais, a surfista de 27 anos chegou invicta à final de atribuição das medalhas. Venceu as seis baterias (!) que disputou no evento principal.
Duranta esta maratona, composta por nove dias de competição, Hopkins deu um tratado de consistência nas excelentes ondas que quebraram em El Sunzal e La Bocana. Desde o arranque, apontou à conquista de um inédito cetro mundial.
Neste dia das finais na América Central, a competidora algarvia começou por conquistar a final do evento principal, de forma segura. Uma final que teve início com as surfistas algo ansiosas no lineup de La Bocana, não conseguindo exprimir todo o seu surf.
Adquirido o ritmo com o avançar da contenda, a campeã nacional Open em 2019 somou 12,94 pts para se impor à surpreendente peruana Arena Rodriguez (11,80 pts) e às australianas Sally Fitzgibbons (11,63 pts) e Ellie Harrison (9,50 pts). Campeã mundial ISA em título até este domingo, a veterana Sally também tinha chegado só com vitórias a este embate.
Depois dos excelentes indicadores deixados, Yolanda Hopkins iniciou a final em busca do metal mais precioso, algo que o surf português nunca almejou.
A antiga bicampeã europeia da World Surf League (WSL) anotou um arranque bastante forte. Em menos de cinco minutos - a bateria durou meia-hora - Yo amealhou 12,33 pts. Estava lançada a candidatura ao ouro. Todavia, nessa madrugada do heat, a espanhola Janire Gonzalez Etxabarri ainda fez melhor ao registar 14,57 pts. Pontuação que viria a dar o inédito título mundial à goofy de 27 anos nascida no País Basco.
Na restante bateria, Yo não desarmou, como é sua imagem de marca. Melhorou a sua pontuação para 13,57 pts e o momento decisivo ocorreu já dentro dos derradeiros cinco minutos. Janire não fez o melhor uso da primeira prioridade e logo a seguir Yolanda surfou uma onda com potencial para a reviravolta, mas à qual não evitou uma queda na finalização.
Com o requisito de 7,57 pts para ascender ao primeiro posto, esteve ali a oportunidade de morder o metal mais precioso, caso a finalização tivesse sido completa. Ficou o sabor amargo! As adversárias ibéricas ficaram separadas por apenas 1,0 pts!
Empatada com a portuguesa Yolanda Hopkins, mas com a melhor onda a valer menos, ficou Sally Fitzgibbons, que procurava o quinto título mundial ISA da carreira.
Desta vez, a ex-surfista do CT teve de se contentar com o bronze, nesta que foi a sua sexta final no Mundial ISA sénior. Já a medalha de cobre ficou para Arena Rodriguez, que não foi além dos 8,53 pts.
No setor masculino, assistimos a uma das melhores finais de Mundiais ISA dos últimos anos. Dane Henry, de apenas 19 anos, sagrou-se campeão do mundo com o incrível somatório de 18,17 pts em 20 possíveis. Neste pecúlio, entrou a melhor onda de todo o evento, um magnífico aéreo de 9,50 pts.
Implacável na combinação de power surf com o jogo aéreo, o teenager 'aussie' fez história. Dane torna-se no segundo surfista da história a possuir em simultâneo os títulos mundiais ISA dos escalões Open e Júnior. Todos conquistados em El Salvador. Dane Henry replicou o que apenas tinha sido protagonizado pelo norte-americano Tom Curren na década de 80 do século passado.
A prata ficou na posse do francês e campeão olímpico Kauli Vaast, enquanto o australiano Morgan Cibilic e o brasileiro Douglas Silva alcançaram as medalhas de prata e cobre, respetivamente.
A nível coletivo, a Austrália conquistou o título mundial, o sexto da sua história. Portugal entrou para o dia das finais no sexto posto, mas acabou por baixar um lugar, terminando na sétima posição. Os comandados de David Raimundo emularam o mesmo resultado da edição de 2024, realizada em Porto Rico.
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