Na madrugada desta terça-feira, Yago Dora sagrou-se campeão do mundo de surf pela primeira vez na carreira.
A inédita conquista do goofy brasileiro foi assegurada após vencer a finalíssima que se disputou em Cloudbreak, no arquipélago das Fiji, sucedendo ao havaiano John John Florence como detentor do título mundial.
O filho de Leandro 'Grilão' Dora chegou ao derradeiro dia de competição do CT versão 2025 como líder do ranking mundial, estatuto que manteve com o categórico triunfo obtido em Cloudbreak, que não ofereceu as condições tubulares que muitos ansiavam. Os cilindros escassearam e de que maneira. Porém, as maiores bombas da longa e emotiva jornada surgiram na bateria que consagrou o surfista sul-americano.
Yago usou da melhor forma a recente mudança de formato implementada pela World Surf League (WSL), que deixava o licra amarela apenas a uma vitória num heat do título mundial. Neste contexto mais favorável, Dora fechou as contas logo à primeira bala que dispôs.
No decisivo confronto em que teve pela frente o norte-americano Griffin Colapinto, Yago Dora mostrou-se irrepreensível desde a primeira troca de ondas nas esquerdas de Cloudbreak. Não acusou a pressão do momento e o facto do adversário já estar com 'rodagem'.
Plenamente focado, transparecendo tranquilidade e sintonia com o mar, o surfista brasileiro não deu grandes chances a Griff, arrumando com a questão nos primeiros 20 minutos da bateria. Esta durou 35 minutos.
Nessa vintena de minutos, Yago construiu o gordo score combinado de 15,66 pts, com a melhor onda a entrar no patamar da excelência (8,33 pts). A necessitar de uma onda de 9,33 pts, Griffin não conseguiu dar volta ao texto, apesar de tudo ter feito até ao toque da buzina, terminando com 12,33 pts.
"Estou tão contente. Não tenho palavras. Estou feliz demais por levar este título para o Brasil. Senti algo especial esta semana. Sabia que algo ia cair para o meu lado, independentemente do adversário na final", disse o novo campeão do mundo aos microfones de WSL, ainda dentro de água.
Aos 29 anos de idade, Yago Dora tornou-se no quinto campeão mundial de surf proveniente do Brasil, sentando-se à mesma mesa de Gabriel Medina, Filipe Toledo, Italo Ferreira e do 'Capitão' Adriano de Souza. Até aqui, jamais tinha sido top 5 do mundo, tendo uma estreia de sonho na WSL Finals.
Nas águas do Pacífico, o catarinense rematou uma temporada em que chegou à licra amarela somente na penúltima etapa da fase regular e na qual venceu dois eventos (Peniche e Trestles), juntando ainda a final perdida em J-Bay.
Quanto a Griffin Colapinto, de 27 anos, deixa Cloudbreak como vice-campeão do mundo pela primeira vez. Chegou às Fiji no terceiro posto da hierarquia, numa campanha que até começou com trabalhos redobrados para fugir ao famigerado cut.
O norte-americano não conseguiu oferecer ao surf californiano masculino o primeiro título mundial desde 1990, mas foi o grande animador deste dia final.
Durante a jornada, o natural de San Clemente esteve impecável, com o seu convincente surf de backside. Com uma correta escolha de ondas nas baterias que disputou, Griff combinou de forma exímia o timing das manobras com a velocidade.
Para chegar ao decisivo duelo com Yago Dora, o irmão de Crosby Colapinto teve de derrotar Italo Ferreira, que serviu uma combinação a Jack Robinson, e o veterano Jordy Smith, que apesar da derrota fez a melhor onda da prova masculina com 8,67 pts. Faltou apenas a cereja no topo do bolo.
Resultados:
Final heat 1: Yago Dora (BRA) 15.66 DEF. Griffin Colapinto (EUA) 12.33
Heat 3: Griffin Colapinto (EUA) 15.43 DEF. Jordy Smith (RSA) 13.50
Heat 2: Griffin Colapinto (EUA) 16.33 DEF. Italo Ferreira (BRA) 13.67
Heat 1: Italo Ferreira (BRA) 14.33 DEF. Jack Robinson (AUS) 5.83
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