Um homem numa missão foi assim que Jack Robinson apresentou-se ao serviço no dia das finais do Tahiti Pro, disputado na última quarta-feira.
Chegado à Polinésia Francesa apenas no oitavo lugar da hieraquia, o competidor australiano só tinha um objetivo em mente: assegurar a presença na finalíssima em que se disputa o título mundial.
Para atingir esse logro no dia final, as contas não podiam ser mais simples para uma missão tão dura a encetar nas águas do Oceano Pacífico.
'Robbo' estava obrigado a vencer nos tubos de Teahupoo para ficar com a última vaga disponível para os tubos de Cloudbreak, no idílico arquipélago das Fiji.
Jack tinha de repetir o resultado final que conseguiu há dois anos, então às custas do brasileiro Gabriel Medina e que também valeu bilhete para a WSL Finals. Assim fez. Desta feita, a fava saiu ao compatriota Ethan Ewing, arredado do evento que encerra a época.
O surfista de 27 anos voltou a demonstrar que é um dos tube riders de excelência do atual elenco do CT, mostrando todo o seu talento para 'andar à sombra'.
Jack Robinson
WSL/Brent Bielmann
Jack Robinson atingiu a meta a que se propôs após um brutal desafio físico e mental. Foram quatro heats surfados - 2h20 com a licra vestida - sem qualquer margem de erro. Um notável esforço heróico numa das ondas mais exigentes do globo.
O natural da West Oz reencontrou-se com a felicidade em Teahupoo, depois de há um ano ali ter perdido a final olímpica para o local Kauli Vaast.
A bem-sucedida missão teve início, nos oitavos-de-final, com a vitória sobre o gaulês Marco Mignot, que apesar da eliminação arrecadou o sempre importante prémio de 'Rookie do Ano' .
O cliente que se seguiu foi o brasileiro Italo Ferreira, que também garantiu lugar no top 5 do ranking durante o dia.
Tratou-se do embate entre os dois últimos campeões do Tahiti Pro. O de Margeret River impôs a sua lei num duelo bem disputado, que terá reedição nos cilindros de Cloudbreak. É a primeira bateria da muito aguardada finalíssima.
Na meia-final, Jack Robinson atingiu o pico exibicional neste dia D. Com uns incríveis 18,10 pts em 20 possíveis, 'Robbo' arrasou o norte-americano Crosby Colapinto, que procurava a primeira aparição em finais de etapas do CT. O impiedoso 'aussie' deitou por terra a hipótese de termos um final monopolizada por dois irmãos.
Ainda que estivesse em busca de uma inédita vitória no Tahiti Pro, o mano de Crosby, Griffin Colapinto, chegou à final já com a sua missão completa. A vitória nos quartos-de-final perante Ethan Ewing tinha permitido assegurar a presença na WSL Finals pelo terceiro ano consecutivo, atirando o nipónico Kanoa Igarashi para fora da equação.
Griffin Colapinto
WSL/Beatriz Ryder
Para garantir lugar na final, o surfista californiano levou de vencida o wildcard local Mihimana Braye. Terceiro classificado na prova caseira, o homem que conquistou os trials revelou-se o 'tomba-gigantes' do campeonato.
A grande final juntou dois tube riders que chegaram ao Taiti fora da zona de acesso à WSL Finals, mas que operaram reviravoltas espetaculares. Cada um à sua maneira, mas com um ponto em comum: a total conexão com os tubos formados na famosa bancada taitiana.
Com apenas duas ondas surfadas em 35 minutos - aplicou a receita que lhe custou o ouro olímpico - Jack Robinson construiu o sólido score combinado de 16,90 pts, que permitiu alcançar a indispensável vitória.
Griff, que somou 13,67 pts, perdeu a terceira final (!) nesta temporada que começou bem cinzenta, mas que paulatinamente tem melhorado. Já 'Robbo', numa campanha pautada pela inconsistência exibicional, subiu ao topo do pódio em duas das latitudes mais icónicas do circuito mundial: Bells Beach e Teahupoo.
Muito em breve, os finalistas do Tahiti Pro até podem reencontrar-se no Pacífico. Em Cloudbreak, tal será realidade, caso Jack Robinson derrote Italo Ferreira.
Griffin Colapinto & Jack Robinson
WSL/Brent Bielmann
É entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro que será conhecido o nome do surfista que sucede ao havaiano John John Florence como campeão do mundo.
Recorde-se que a prova, na qual apenas participa o top 5 da hierarquia após a temporada regular, disputa-se num único dia de competição.
A derradeira WSL Finals - o formato do CT vai mudar em 2026 - também contará com o brasileiro Yago Dora, que reteve a licra amarela , e o sul-africano Jordy Smith, número 2 do ranking.
Resultado final masculina:
1.º Jack Robinson (AUS) 16.90 2.º Griffin Colapinto (USA) 13.67Resultados meias-finais masculinas:
HEAT 1: Jack Robinson (AUS) 18.10 DEF. Crosby Colapinto (USA) 11.66 HEAT 2: Griffin Colapinto (USA) 14.83 DEF. Mihimana Braye (PYF) 14.77
Resultados quartos-de-final masculinos:
HEAT 1: Crosby Colapinto (USA) 16.63 DEF. Kauli Vaast (FRA) 15.54 HEAT 2: Jack Robinson (AUS) 15.80 DEF. Italo Ferreira (BRA) 14.07 HEAT 3: Mihimana Braye (PYF) 14.93 DEF. Cole Houshmand (USA) 11.50 HEAT 4: Griffin Colapinto (USA) 16.76 DEF. Ethan Ewing (AUS) 14.20Resultados oitavos-de-final masculinos:
HEAT 1: Kauli Vaast (FRA) 15.43 DEF. Jordy Smith (RSA) 3.33 HEAT 2: Crosby Colapinto (USA) 9.34 DEF. Leonardo Fioravanti (ITA) 9.20 HEAT 3: Italo Ferreira (BRA) 11.33 DEF. Rio Waida (INA) 1.94 HEAT 4: Jack Robinson (AUS) 11.67 DEF. Marco Mignot (FRA) 10.93 HEAT 5: Mihimana Braye (PYF) 10.77 DEF. Yago Dora (BRA) 7.33 HEAT 6: Cole Houshmand (USA) 10.67 DEF. Jake Marshall (USA) 5.53 HEAT 7: Ethan Ewing (AUS) 16.23 DEF. Alan Cleland (MEX) 14.16 HEAT 8: Griffin Colapinto (USA) 15.00 DEF. Joao Chianca (BRA) 14.97
Através da rede de livecams , podes visua lizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam .
Segue o Beachcam.pt no Instagram