A Câmara Municipal da Nazaré apresentou queixa no Ministério Público para que sejam investigadas as duas descargas de efluentes que interditaram os banhos na Praia da Vila.
“Não estamos a incriminar ninguém, nem a julgar ninguém, mas o que é facto é que houve um conjunto de coincidências que constatámos e que constam de um relatório que enviámos ao Ministério Publico”, disse o autarca Manuel Sequeira à agência noticiosa Lusa.
Na queixa apresentada ao Ministério Público contra desconhecidos, a autarquia nazarena pede que sejam investigadas as circunstâncias que levaram ao entupimento de uma conduta de saneamento e à ocorrência de descargas de esgotos para a praia, por duas vezes, no final do mês de julho e na segunda semana de agosto.
Na sequência do primeiro incidente, 116 pessoas necessitaram de assistência médica na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, apresentando sintomas relacionados com a contaminação da água.
À Lusa, Manuel Sequeira admitiu ter “desconfianças de vária ordem”, entre as quais a possibilidade de existirem “algumas obras ilegais [com ligação à conduta] que prejudicam a qualidade da água que chega ao pluvial”.
O autarca afirma que o município tem provas de que a "água sai na última caixa de visita em condições límpidas, transparentes, e chega ao pluvial em condições menos boas”, suspeitando que parte do problema possa estar relacionado com antigas construções ilegais.
Outra das causas do problema pode estar, segundo Sequeira, na "colocação de produtos não convenientes na canalização”, entre os quais “óleos, gorduras”, alegadamente provenientes de restaurantes.
A câmara, que admite avançar com uma auditoria a estas situações, pretende que Ministério Público verifique “se há matéria para investigar” e avançar com um processo.
Quando forem conhecidas as conclusões será marcada uma reunião extraordinária do executivo para avaliar a situação das condutas com cerca de 60 anos, que o autarca reconhece já não darem resposta à pressão causada pelo aumento de população em várias épocas do ano.
Manuel Sequeira, que não se recandidata a um próximo mandato, já apelou a que os candidatos à câmara [nas eleições autárquicas de 12 de outubro] considerem prioritária a substituição das condutas, obra que estima poder custar cerca de dois milhões de euros.
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