Os homens foram os principais protagonistas do segundo dia de competição do Rio Pro, nona e antepenúltima etapa do CT versão 2025.
No Point de Itaúna, que já se apresentou em modo surfável, disputou-se a ronda de repescagem e os oitavos-de-final.
Dos 16 heats levados a cabo, resultou que teremos um despique entre o Brasil e os Estados Unidos da América no dia das finais, que promete aquecer ainda mais o já fervoroso 'Maracanã do Surf'.
Entre os oito surfistas que atingiram os quartos-de-finais, encontramos três brasileiros (Italo Ferreira, Miguel Pupo e Yago Dora) e outros tantos norte-americanos (Cole Houshmand, Jake Marshall e Griffin Colapinto).
Já é certo que numa das meias-finais haverá confronto entre estas duas nações. O mesmo poderá acontecer no outro heat. Para tal tornar-se realidade, Griffin e Italo estão obrigados a suplantar o sul-africano Jordy Smith (licra amarela) e o australiano Ethan Ewing, respetivamente.
WSL/Thiago Diz
O último surfista não-brasileiro a vencer o Rio Pro foi o atual campeão mundial John John Florence. Estávamos em 2016, naquele foi o derradeiro ano em que o evento teve lugar na Barra da Tijuca.
Na Praia de Itaúna, a folha está limpa. De 2017 até hoje, só deu surfistas do país irmão no lugar mais alto do pódio. Para esta notável hegemonia caseira, contribuíram Italo Ferreira, Yago Dora, Filipe Toledo e Adriano de Souza.
Neste segundo dia de prova, as hostilidades abriram com a ronda de repescagem. O havaiano Barron Mamiya foi o único cabeça de série eliminado, cedendo o lugar no top 5 do ranking a Ethan Ewing.
A maior surpresa foi o facto do heat de maior cartaz, Griffin Colapinto vs João Chianca, ter sido o que teve as pontuações combinadas mais baixas. O californiano eliminou o mano de Lucas Chumbo, com o agregado de 9,20 pts face aos 8,73 pts do adversário.
Na ronda que ditou o adeus dos wildcards brasileiros, o jovem Gabriel Klaussner e o experiente Peterson Crisanto, houve um surfista de Vera Cruz a brilhar. Precisamente diante de Peterson. No embate com o compatriota, Yago Dora impressionou ao anotar o robusto score de 15,50 pts, no qual incluiu um belo tubo (8,67 pts) para a esquerda.
Yago Dora
WSL/Camila Othon
Depois, nos oitavos-de-final, a melhor performance coube a outro surfista brasileiro. Na vitória sobre o norte-americano Crosby Colapinto, o ex-campeão mundial Italo Ferreira somou 14,33 pts. O momento mais alto do desempenho foi um sensacional aéreo de 9,33 pts ao qual o campeão em título do Rio Pro pediu a nota máxima. Até agora, esta é a melhor onda de todo o campeonato.
Quem também mostrou toda a valia do seu jogo progressivo foi Griffin Colapinto no confronto com o italiano Leo Fioravanti.
A bateria mais emotiva desta ronda foi a que opôs Filipe Toledo e Miguel Pupo. O mais velho dos Pupo, que não competia no Rio Pro desde 2022, bateu o recordista absoluto de vitórias (4) no evento.
A vitória que só ficou assegurada na última onda surfada, sendo que o resultado final só foi conhecido já com Miguel Pupo em terra. O goofy de 33 anos não conteve as lágrimas. Há quase oito anos que Pupo não afastava Toledo de uma etapa do circuito mundial de surf. "É o surfista a bater. Tenho muito respeito por ele", afirmou.
Filipe Toledo e Miguel Pupo
WSL/Camila Othon
Nos oitavos, não foi só Miguel Pupo que 'matou um borrego'. Jake Marshall derrotou pela primeira vez o australiano Jack Robinson em fase 'man-on-man' de etapas da elite mundial.
Da ronda, há ainda a registar a derrota do nipónico Kanoa Igarashi, que chegou a Saquarema como número 3 mundial.
Resultados repescagem:
HEAT 1: Jordy Smith (RSA) 11.33 DEF. Gabriel Klaussner (BRA) 8.67
Resultados oitavos-de-finais:
HEAT 1: Yago Dora (BRA) 12.33 DEF. Alan Cleland (MEX) 11.50
Heats quartos-de-finais:
HEAT 1: Yago Dora (BRA) vs. Miguel Pupo (BRA)
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