Sophie McCulloch. A ressonância deste nome não é a melhor para o surf português em termos de competição.
No dramático Haleiwa Challenger de 2022, que Sophie venceu, a surfista australiana deixou a lusa Teresa Bonvalot apeada de uma inédita qualificação para o circuito mundial de surf.
No ranking de então, onde apenas cinco mulheres garantiam o tão desejado bilhete mundialista, as duas surfistas terminaram empatadas no número de pontos somados.
Contudo, com recurso ao segundo critério de desempate, a vantagem prevaleceu para o lado de McCulloch, pois venceu mais heats durante o ano.
Desde esse já distante dia 2 de dezembro de 2022, muita água correu. Neste momento, Sophie McCulloch não pertence à elite mundial do surf. Desde a histórica performance no North Shore, trilhou um trajeto bastante condicionado pelas lesões.
Sophie McCulloch no pódio do Haleiwa Challenger
WSL/Brent Bielmann
Na sua temporada de estreia, onde começou lesionada, surfou apenas em três provas e ficou abaixo do cut.
No ano seguinte, chamada pela World Surf League (WSL) a tomar o lugar da consagrada Carissa Moore, o mesmo desfecho após o Margaret River Pro: o adeus ao CT a meio do ano na sequência do corte.
Essa passagem pela West Oz foi para esquecer. Como um mal nunca vem só, poucos dias depois da desilusão no Main Break, Sophie lesionou-se gravemente nas costas no pico ao lado. Resultado de um wipeout no perigoso slab 'The Box'.
A surfista 'aussie' foi então sujeita a um longo período de recuperação, pelo que não voltou a envergar a licra de competição em 2024. Foi quase um ano fora de combate.
Terminado o calvário, o aguardado regresso deu-se este ano em grande estilo. Pelos resultados apresentados nem parece que Sophie esteve tanto tempo afastada dos campeonatos.
No espaço de um mês, McCulloch mostrou todo o poderio do seu surf ao conquistar dois QS consecutivos, disputados em Phillip Island e Burleigh Heads.
Sophie McCulloch em ação nos trials
WSL/Andrew Shield
Curiosamente, Burleigh Heads onde por estes dias volta a saborear a presença no CT, participando no Gold Coast Pro. O lugar ao lado das melhores surfistas do globo foi alcançado após novo triunfo, desta vez nos trials.
O bom momento que Sophie McCulloch atravessa já foi transportado para a elite mundial. A surfista de 26 anos entrou a ganhar no Gold Coast Pro, sexta etapa do CT 2025.
Num heat equilibrado e fazendo valer todo o conhecimento do pico, Sophie superiorizou-se à amiga Gabriela Bryan, que está em estreia no top do ranking mundial, e à rookie norte-americana Bella Kenworthy.
WSL/Beatriz Ryder
"A Gabby é uma boa amiga. Disse-lhe que a defrontaria se vencesse os trials, pelo que estou contente por ter mantido a minha palavra. O caminho tem sido longo e estou contente por estar volta. É tão bom competir novamente a este nível numa onda que conheço bem e sinto muito apoio", disse.
Sem qualquer tipo de pressão, Sophie McCulloch surge como uma 'outsider' neste Gold Coast Pro.
O próximo teste vai ser de fogo, uma vez que a oponente é a compatriota Isabella Nichols, uma das tops mundiais que neste momento está em melhor forma. Nas duas últimas etapas, Bella foi finalista vencida em El Salvador e inédita campeã do Rip Curl Bells Beach.
Mais uma oportunidade para Sophie demonstrar que pertence à elite mundial do surf. A corrida a um lugar efetivo no CT começa já em junho e também na Austrália, com o início da Challenger Series. Circuito para o qual recebeu wildcard.
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