Um mês após o início da época balnear nos concelhos de Cascais e de Oeiras, nenhum destes municípios teve problemas em recrutar nadadores-salvadores. Situação diferente da verificada em outras zonas balneares do país.
“Nós, em Cascais, temos nadadores-salvadores durante o ano todo. Nós não temos só nadadores-salvadores durante a época balnear, porque as praias de Cascais são utilizadas durante todo o ano” para a prática de surf, bodyboard, desportos e atividade física no areal, explicou o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais (CMC), Nuno Piteira Lopes, à agência noticiosa Lusa.
O autarca destacou que existe um acordo entre a CMC e a associação Brave Heart que permite assegurar a presença de nadadores-salvadores nas praias durante o inverno e na época balnear fora das zonas concessionadas. No verão, cabe aos concessionários assegurar o socorro nas zonas sob a sua responsabilidade.
Cascais contrata 15 nadadores-salvadores que distribui por 11 das suas 13 praias durante o outono/inverno, entre outubro e o fim de abril.
Durante a época balnear, 18 nadadores-salvadores são contratados pela autarquia para áreas não concessionadas, nomeadamente a Praia de Carcavelos (frente ao Narciso e frente ao Veleiro), Praia da Parede (nascente), Estoril (Piscina Atlântica do Tamariz e Praia da Azarujinha), Praia da Cresmina e Praia do Guincho (meia praia).
“Para as restantes praias e áreas concessionadas, a contratação na época alta é feita pelos concessionários”, acrescentou a CMC.
Tanto em Cascais como no concelho vizinho de Oeiras há um reforço dos nadadores-salvadores portugueses com profissionais estrangeiros, sobretudo do Brasil e da Argentina.
A CMC salientou ainda que, para reter estes profissionais, “tem vindo a desenvolver sistemas de apoio, por exemplo, no que diz respeito ao alojamento”.
Destacou também que os problemas de trabalho deste setor “não decorrem nem podem ser resolvidos por via de legislação municipal”, uma vez que, por exemplo, nem existe uma tabela remuneratória para esta profissão.
“O Governo deveria apostar na profissionalização dos nadadores-salvadores, que são absolutamente fundamentais para que a época balnear funcione sem qualquer ocorrência e funcione também com o sentimento de confiança e de segurança que todos aqueles que visitam as praias podem e devem sentir”, disse à Lusa, por seu turno, a vereadora da Câmara de Oeiras Joana Batista, acrescentando que o município defende “a profissionalização desta atividade”.
Este ano, Oeiras acrescentou “excecionalmente” um mês à época balnear, que começou no concelho a 1 de maio em vez de 1 de junho, como era habitual, além de reforçar a vigilância das praias em fins de semana prolongados, como foi o caso do 25 de abril.
Joana Batista admitiu que, “muitas vezes, é difícil encontrar verdadeiros profissionais nesta atividade”, que “é muito sazonal”.
No entanto, apesar do alargamento da época de vigilância, não existiu “qualquer tipo de dificuldade” para a contratação de 20 nadadores-salvadores para as quatro praias oficiais de Oeiras (quatro para a praia da Torre, seis para Santo Amaro, quatro para Paço de Arcos e mais quatro para Caxias), que têm “uma afluência muito significativa”, mesmo fora da época balnear oficial, disse Joana Batista.
A autarca destacou que a organização da época balnear “implica muitos procedimentos, muita burocracia” e começa muito antes do verão.
“Em janeiro, já tinha o assunto devidamente salvaguardado. Portanto, em janeiro já sabia que estavam contratados os 20 nadadores-salvadores para as nossas quatro praias oficiais. Ou seja, não só os nadadores-salvadores que estão na direta dependência do município de Oeiras, como é o caso das praias sem concessão, como os que estão nas praias com concessão, onde essa contratação depende dos concessionários”, explicou.
Várias zonas balneares do país, sobretudo em praias do interior e do Algarve, têm alertado para a dificuldade em contratar nadadores-salvadores, o que atribuem à sazonalidade desta profissão.
No Algarve, o problema este ano está a ser resolvido com o recurso a nadadores-salvadores estrangeiros, sobretudo também do Brasil e Argentina.
Em respostas à Lusa, tanto o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), como a Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defenderam que a resolução do problema pode passar pela criação de uma carreira profissional e de uma tabela remuneratória, entre outras medidas, para atrair mais profissionais.
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