Diz-se que a história repete-se e foi precisamente isso que aconteceu este sábado ao brasileiro Filipe Toledo nas águas da icónica Gold Goast, na Austrália.
10 anos depois, o bicampeão mundial de surf voltou a conquistar o Gold Coast Pro, novamente diante do australiano Julian Wilson na final e com direito a nota máxima.
As únicas diferenças para o sucesso registado em 2015, então a estreia a vencer na elite mundial, prendem-se com o palco, Burleigh Heads ao invés de Snapper Rocks, e o momento em que surgiu a nota 10 (tubinho seguido de alley-oop).
Desta vez, a perfeição não foi atingida na final, mas sim nas meias-finais durante o duelo com o compatriota Alejo Muniz, que igualou o seu melhor resultado em etapas da divisão máxima do surf mundial. Desde 2011 (!) que o veterano Alejo não era semi-finalista.
Depois de uma temporada afastado das lides do CT para cuidar da saúde mental, Toledo anotou a sua primeira vitória após o regresso, que estava a ser marcado por resultados menos exuberantes. O melhor desempenho até este sábado era o quinto posto obtido em Peniche.
Desde a conquista do segundo título mundial em Trestles, no ano de 2023, que Filipe não sentia o doce sabor da vitória na divisão máxima do surf mundial.
Esta foi uma conquista bem emotiva para o trintão paulista. Em pleno pódio, ao final da tarde e com casa cheia em Burleigh Heads, Toledo dedicou o triunfo ao seu filho Koa, que precisamente este sábado celebra o seu sétimo aniversário. Isto numa altura em que o surfista sul-americano espera o nascimento do terceiro filho.
Filipe Toledo fez a festa na sexta etapa do CT 2025 após protagonizar uma final de alto nível com Julian Wilson, que veio dos trials até ao heat de todas as decisões.
Os dois experientes surfistas destacaram-se durante todo o campeonato, combinando de forma sublime o surf progressivo (aéreos) com rasgadas e tubinhos nas divertidas direitas entregues pelo point break de Burleigh Heads.
O surfista brasileiro agarrou o lugar mais alto do pódio com o score combinado de 17,60 pts face aos 17,20 pts registados pelo adversário australiano, que mostra-se em grande forma neste regresso à competição a tempo inteiro aos 36 anos.
Agora em 'modo careca', Jules deu um grandioso espetáculo durante todo o campeonato. Só ficou a faltar o remate final para a história ser perfeita.
Desde 2021 que o ex-vice campeão do mundo não competia no circuito mundial de surf e esta foi a sua primeira aparição em finais desde o Pipe Masters de 2018. Curiosamente, esta foi a quarta final consecutiva no CT em que Wilson saiu derrotado às mãos de surfistas do país irmão.
Filipe Toledo sucedeu ao compatriota Italo Ferreira como campeão do Gold Coast Pro, num evento em que o Brasil colocou quatro surfistas entre os oito que atingiram os quartos-de-final.
Italo ficou fora desse lote. Foi uma das vítimas do incrível trajeto de Julian Wilson, mas recebeu uma boa notícia: continua na posse da licra amarela.
O surfista da Baía Formosa cedia a liderança do ranking mundial caso o compatriota Yago Dora ou o sul-africano Jordy Smith conquistassem o evento. Contudo, ambos foram eliminados nos quartos-de-final.
Ainda assim, Dora é o novo vice-líder da hierarquia mundial. Já o vitorioso Toledo ascendeu meia dezena de posições na tabela, sendo agora o sexto colocado.
Concluída a visita à Gold Coast, o que já não sucedia desde 2019, o circuito mundial vai continuar pela Austrália, mas agora no outro lado do território, na West Oz.
Entre os dias 17 e 27 de maio, disputa-se o Margaret River Pro, sétima etapa da presente época e que tudo vai decidir sobre quem fica acima ou abaixo do cut. Portanto, emoções fortes estão no horizonte.
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