De há uns tempos a esta parte parece a sina da World Surf League (WSL) com o circuito mundial de surf.
Boas ondas nos dias que antecedem os períodos de espera das etapas e depois num ápice a condição do mar deteriora-se quando já é para vestir a licra de competição, revelando-se um grande desafio para a organização.
O mais recente exemplo desta situação sucedeu agora com o El Salvador Pro, quarta etapa do CT versão 2025.
Nos últimos dias, o point break de Punta Roca ofereceu ondas com qualidade à elite mundial de surf, que ali treinou afincadamente .
Com a abertura da janela de espera, na última quarta-feira, eis que escasseou a oferta de ondas quando a previsão até apontava inicialmente para o contrário.
Como tal, dos pelo menos 18 heats que a organização planeava realizar, somente quatro (!) foram colocados na água, correspondentes à ronda 1 masculina. O equivalente a 2h20 de ação.
Rio Waida
WSL/Ema Sharon
Depois de completo o quarteto de baterias, as chamadas sucederam-se, mas as condições não colaboraram, impossibilitando o retorno dos tops mundiais à competição.
"Tentámos fazer com que o evento regressasse à água. Fizemos três chamadas à espera que o swell aumentasse e o vento diminuísse. Não se materializou da forma que esperávamos. O mar estava muito inconsistente para três surfistas por bateria", explicou Renato Hickel, vice-comissário da WSL.
Do que foi feito nas direitas de Punta Roca, o surfista que mais brilhou foi o marroquino Ramzi Boukhiam. À procura de criar "ímpeto" após um início de época mais discreto, o goofy de 31 anos esteve em altas com o seu surf de backside, avançando diretamente para a ronda 3 com um sólido triunfo.
O competidor africano não só fez a melhor pontuação combinada do dia (13,77 pts) assim como a melhor nota (7,17 pts). Toda uma performance que permitiu bater o havaiano e vice-líder do ranking Barron Mamiya (10,33 pts), bem como o brasileiro Samuel Pupo (9,23 pts), que foi relegado para a repescagem.
João Chianca e Jack Robinson
WSL/Aaron Hughes
A curtíssima jornada não correu de feição às cores brasileiras, uma vez que o veterano Alejo Muniz e o rookie Edgard Groggia também caíram para a repescagem.
Por sua vez, Yago Dora, recente vencedor do MEO Rip Curl Pro Portugal, foi derrotado pelo rookie havaiano Jackson Bunch, mas já conseguiu meter-se na terceira ronda.
No seio da armada brasileira, a 'honra do convento' foi salva por João Chianca que superou o australiano Jack Robinson, com os finalistas do MEO Rip Curl Pro Portugal de 2023 a garantirem desde já lugar na ronda 3. 'Chumbinho' respondeu da melhor maneira à eliminação precoce em Peniche.
O outro vencedor do dia foi o futuro papá Connor O'Leary. O surfista 'aussie' bateu por somente 0,7 pts o indonésio Rio Waida, também já com lugar na ronda 3.
Connor O'Leary
WSL/Aaron Hughes
Para esta quinta-feira, Renato Hickel explicou que é esperado "mais swell" e "melhores ventos". Assim, o plano da organização é "concluir as rondas inaugurais e avançar para as repescagens."
A chamada acontece às 13h15 (hora de Portugal continental) para um potencial início de ação às 13h33.
Recorde-se que o El Salvador Pro tem o período de espera até ao dia 12 de abril.
Resultados ronda 1 masculina (Heats 1-4) :
HEAT 1: Connor O'Leary (JPN) 11.50 DEF. Rio Waida (INA) 11.43, Alejo Muniz (BRA) 8.94Ronda 1 masculina (Heats 5-12) :
HEAT 5: Ethan Ewing (AUS) vs. Marco Mignot (FRA) vs. Levi Slawson (USA)Heats ronda 1 feminina:
HEAT 1: Molly Picklum (AUS) vs. Bella Kenworthy (USA) vs. Nadia Erostarbe (ESP)
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