Inicialmente, estava previsto que esta terça-feira o MEO Rip Curl Pro Portugal tivesse um longo dia de competição, mas as previsões saíram novamente furadas à organização.
Com as condições do mar a deteriorarem-se com o avançar da manhã, apenas completou-se a ronda 3 masculina. Isto numa terça-feira que seria sempre dedicada em exclusivo aos homens. As senhoras já têm a prova parada nas meias-finais.
Desta forma, realizaram-se as 13 baterias que tinham ficado penduradas na véspera, na sequência da grande subida do mar verificada em Supertubos na véspera.
Dos heats levados a cabo, a grande surpresa foi protagonizada por um surfista que tradicionalmente dá-se muito bem com as ondas portuguesas, tendo já no currículo a conquista dos QS da Caparica e de Santa Cruz. Falamos do francês Marco Mignot.
Na bateria 13, o rookie europeu deixou pelo caminho o norte-americano Griffin Colapinto, campeão em título do MEO Rip Curl Pro Portugal e vencedor de duas das três últimas edições.
Assim, o ex-campeão europeu da World Surf League (WSL) obteve uma grande vitória, que permitiu meter-se pela primeira vez nos oitavos-de-final de uma etapa da elite mundial do surf.
Este foi o segundo heat consecutivo em que Mignot fez a vida negra a antigos vencedores em Peniche, pois na ronda anterior, de repescagem, contribuiu para a eliminação precoce do brasileiro João Chianca, que conquistou a prova em 2023.
Agarrado ao seu jogo aéreo - uma das principais armas do seu surf - Marco Mignot somou 14,43 pts, o melhor score combinado de todo o dia, com a melhor onda a valer 8,00 pts. Um aéreo, pois claro.
Já o também voador Colapinto não ficou muito distante, anotando 13,30 pts. Apesar da derrota, o mano de Crosby Colapinto, eliminado na véspera nesta mesma ronda, apresentou-se a um bom nível. A sua pontuação total daria para vencer 13 dos 16 heats desta fase. Nos últimos segundos, Griffin tentou a reviravolta com um aéreo, mas não obteve a nota que necessitava.
Assim, pela primeira vez desde 2019, o vencedor em Peniche não será Griffin Colapinto ou João Chianca. Cortesia de Marco Mignot, que agora terá pela frente o havaiano Seth Moniz.
Nos restantes heats, não houve azo a grandes surpresas. O líder do ranking Italo cumpriu a caminho dos oitavos-de-final, onde o italiano Leo Fioravanti é o outro representante do surf europeu.
Na próxima ronda, Leo terá o havaiano Barron Mamiya como oponente, naquela que será a repetição da final do Pipe Pro, então com o triunfo a pender para o lado do local Barron. Fioravanti procurará agora a desforra num duelo em novo palco tubular, ainda que não seja certo que venhamos a ter este tipo de onda.
Na parte superior do quadro, o ex-bicampeão mundial Filipe Toledo e o sul-africano Jordy Smith saíram vitoriosos dos seus embates e marcaram encontro nos 'oitavos'.
Jordy, o mais veterano surfista do CT com 37 anos, não bate Toledo numa fase 'man-on-man' desde o distante ano de 2018. Smith procura a primeira vitória no MEO Rip Curl Pro Portugal, evento no qual já foi vice-campeão por três vezes.
Outro heat que promete ser entusiasmante é aquele que junta o antigo vice-campeão do mundo Ethan Ewing e o norte-americano Cole Houshmand.
Entre os 16 melhores surfistas desta competição, nota igualmente para a presença de mais um estreante, no caso Joel Vaughan. O jovem australiano deixou pelo caminho o marroquino Ramzi Boukhiam e tem agora pela frente uma tarefa hercúlea ao defrontar Italo Ferreira, provavelmente o maior favorito à vitória final.
Depois de quatro jornadas consecutivas de ação, o MEO Rip Curl Pro Portugal vai enfrentar uma paragem de pelo menos dois dias.
Passou a depressão Laurence e aproxima-se a tempestade Martinho, com ventos fortes e mar muito grande, o que não oferece as condições ideais para a retoma da competição.
Desta forma, a próxima chamada acontece somente às 6h45 (hora de Portugal continental) de sexta-feira. Porém, a fazer fé nas atuais previsões, a ação não deverá regressar nesse dia, mas sim mais para o final da janela de espera, que termina a 25 de março.
Contudo, há sempre que contar com o elevado fator de imprevisibilidade inerente a Peniche, que pode alterar tudo de um momento para o outro.
Há ainda 18 heats por disputar até à consagração dos campeões desta que é a terceira etapa do CT 2025.
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