Na temporada de ondas grandes de 2023/2024, realizou-se a segunda edição do Mercedes-Benz Nazaré Winter Sessions Awards, concurso de vídeo e fotografia sobre o Canhão da Nazaré e destinado a profissionais, amadores e estudantes da arte.
Na categoria 'Wipeout' em fotografia, Andrés Sánchez foi um dos vencedores, tendo arrecadado o primeiro prémio, correspondente a 2000 euros.
Em entrevista, Andrés dá-se a conhecer um pouco melhor, fala-nos sobre o trabalho premiado, toda a ligação que possui desde sempre à Nazaré, entre outros tópicos.
Beachcam (BC) - Como é que nasceu a paixão pela fotografia/vídeo de surf?
Andrés Sánchez (AS) - A minha paixão pelo surf começou ao passar bastante tempo perto do mar, muitos dias na praia e ter praticado um desporto com prancha durante algum tempo, no caso o snowboard. Neste momento, não descarto comprar uma prancha de surf em determinado momento.
BC - Como é que descobriste as ondas grandes da Praia do Norte?
AS - Descobri este local mágico através do vídeo do Garrett McNamara. Vi e disse para mim próprio que queria fotografar aquilo. Por isso, comprei uma lente objetiva e fui ver o maior espetáculo do mundo. Comecei a fotografar por simples lazer e ainda hoje faço. Dava as fotografias aos surfistas e de repente alguém quis pagar pelas minhas fotos. Comecei a vender algumas imagens, de modo a conseguir pagar as minhas viagens à Nazaré.
BC - Que melhor recordação guardas da Nazaré?
AS - Penso que a melhor memória é o dia em que o Sebastian Steudtner conseguiu quebrar o recorde mundial. Foi um dia incrível desde cedo não apenas pelas ondas gigantes verificadas, mas também pelo bom tempo. Cheguei com um surfista amigo por volta das 6h30 da manhã e fiquei a fotografar até ao pôr do sol.
BC - O que significa o Canhão da Nazaré para ti?
AS - O Canhão, o farol e as falésias da Praia do Norte são um lugar cheio de energia, no qual a minha mente desconecta de tudo o resto. Posso passar horas só a olhar para o mar, mesmo que não haja alguém a surfar. É hipnotizante.
BC - Durante o inverno, estás toda a temporada na Nazaré ou apenas viajas antes da chegada de um novo swell?
AS - A frequência com que visito a Nazaré é sempre que existe uma boa previsão. Venho de Sevilha, o que são seis horas de viagem. Normalmente fico alojado numa guest house. São pessoas muito amigáveis e pelas quais tenho muito afeto. No entanto, esta temporada tem sido a primeira em que me desloquei com a minha carrinha e tenho dormido na praia. Que experiência tem sido dormir no local em que quebram ondas gigantes. Desta forma, por estar presente todo o dia, tenho um contacto mais direto com os surfistas.
BC - Qual é a história que está por detrás do vídeo premiado?
AS - A fotografia vencedora tem uma grande história por detrás, concretamente do surfista Luiz Henrique da Silva, que é um atleta incrível e ainda melhor pessoa. Para mim, os surfistas na remada são a essência da Nazaré. Em muitos dias, enfrentam condições extremas apenas para apanhar uma boa onda. A fotografia simboliza tudo isso porque eles são os verdadeiros guerreiros da Praia do Norte.
BC - Qual a importância deste tipo de iniciativas?
AS - A Nazaré está com mediatismo e atrai cada vez mais novos fotógrafos. A iniciativa da Mercedes-Benz e do Beachcam é uma grande oportunidade para os fotógrafos menos conhecidos exibirem os seus trabalhos e terem reconhecimento. No meu caso tem sido muito gratificante estar ao nível de fotógrafos consagrados e vencer um prémio atrativo para melhorar o meu equipamento fotográfico.
BC - O que ainda te falta fotografar na Nazaré?
AS - Fotografar a partir da água é o meu desafio!
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e em tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
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