Na temporada de ondas grandes de 2023/2024, realizou-se a segunda edição do Mercedes-Benz Nazaré Winter Sessions Awards, concurso de vídeo e fotografia sobre o Canhão da Nazaré e destinado a profissionais, amadores e estudantes da arte.
Na categoria Onda em fotografia, Hélio António foi um dos vencedores, tendo arrecadado o primeiro prémio, correspondente a 2000 euros.
Em entrevista, o fotógrafo dá-se a conhecer um pouco melhor, fala-nos sobre o trabalho premiado, toda a ligação que possui à Nazaré, entre outros tópicos.
Beachcam (BC) - Como é que nasceu a paixão pela fotografia de surf?
Hélio António (HA) - Quando comecei a surfar e apercebi-me da beleza das ondas fiquei completamente extasiado pelo mar. Daí a ter pegado numa câmara, não passou muito tempo e nunca mais parei.
BC - A ligação que tens à fotografia é profissional ou lazer?
HA - É uma ligação profissional, sendo que trabalho nas mais diversas áreas de fotografia e vídeo, não exclusivamente em surf.
BC - Como é que descobriste as ondas grandes da Praia do Norte?
HA - Cresci a 100 metros da praia na Nazaré. Era difícil não as ver.
BC - Que melhor recordação guardas da Nazaré?
HA - Apesar de todos os aspectos positivos trazidos pelo mediatismo das ondas grandes da Nazaré irei sempre guardar na minha memória os dias em que chegava à Praia do Norte completamente vazia e com ondas incríveis.
BC - O que significa o Canhão da Nazaré para ti?
HA - Significa pertencer a um lugar no mundo verdadeiramente especial.
BC - Em todas estas temporadas, consegues quantificar o número máximo de horas que já tiveste a fotografar na Nazaré?
HA - Não são raros os dias em que chego à praia ainda de noite e só saio depois do pôr do sol.
BC - Durante o inverno, estás toda a temporada na Nazaré ou apenas viajas antes da chegada de um novo swell?
HA - O meu tempo é dividido entre Lisboa e a Nazaré, independentemente das ondas. Obviamente sempre que estão boas faço questão de estar presente.
BC - O que te levou a participar no concurso Nazaré Winter Sessions Awards?
HA - A Mercedes representa a excelência estética e funcional. Identifico-me muito com esses valores. Já o Beachcam conquistou um estatuto elevado nos surf media portugueses, o que torna esta colaboração uma iniciativa prestigiante. Adicionalmente há um lado competitivo em mim e os prémios são muito atrativos.
BC - Qual é a história que está por detrás da fotografia premiada?
HA - Foi numa das primeiras sessões da temporada, num dia escuro em que o mar não estava particularmente grande, nem perfeito. Apesar disso, aquela onda quebrou com muita potência, tamanho considerável, bem cavada e tubular. Vi a onda a entrar e uma moto a rebocar um surfista que não sabia quem era. Posicionei o drone num ângulo que gosto muito, de frente para o tubo e com o promontório atrás. Tudo se conciliou da melhor forma e percebi que tinha uma imagem especial, algo que raramente sinto imediatamente.
BC - Qual a importância deste tipo de iniciativas?
Estas iniciativas são muito importantes para nós, fotógrafos e videógrafos. Ajudam a enaltecer o importante trabalho que fazemos na promoção do surf e neste caso específico, da Nazaré, sem o qual não teria ocorrido o crescimento exponencial que verificamos.
BC - O que ainda te falta fotografar/filmar na Nazaré?
HA - As ondas que nunca quebraram.
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