Tony Laureano já não é aquela criança que fazia notícia pela precocidade com que enfrentava as ondas grandes da Nazaré. O Mundo avançou, o tempo andou para a frente e o jovem big rider português cresceu. Em tamanho e atitude. E, hoje em dia, alargou o seu campo de ação a outras arenas do surf mundial. Recentemente, Tony teve oportunidade de rumar a Maui, no Havai, para enfrentar um enorme swell na mítica arena de Jaws.
A aventura numa das rainhas do surf de Ondas Grandes rendeu boas imagens e colocou Tony Laureano no escaparate desta sessão. Multiplicaram-se os vídeos e as imagens. E, agora, chega-nos a reação do jovem big-rider luso a uma das sessões da sua vida, que fechou ao ano de 2024 em beleza.
Beachcam - Como foi a sensação de poder surfar este swell tão mediático numa das arenas mais sagradas do surf mundial de ondas grandes?
Tony Laureano - A oportunidade de surfar Jaws, num swell histórico como este, não há todos os dias. Ser um dos únicos a estar lá presente foi simplesmente incrível. É impossível descrever o quão linda e assustadora é aquela onda. Tenho de admitir que estava muito fora da minha zona de conforto.
B - Esta foi uma viagem planeada ou uma viagem relâmpago? Estavas à espera deste swell tão perfeito?
TL – Foi uma viagem relâmpago a 100 por cento [risos]. Falei com um amigo que vive lá. Perguntei-lhe o que achava do swell e ele apenas respondeu: ‘vem que vale a pena!’. Por isso, aproveitei. Não percebia muito das previsões para lá, mas todos me disseram que ia ser algo nunca visto, por estar tão glass todos os dias.
B - O facto de muitas atenções estarem centradas sobre o Eddie Aikau fez com que existisse mais oportunidades no lineup em Jaws ou não afetou em nada esses dias por Maui?
TL - O facto de o Eddie Aikau estar on, ajudou bastante no line up em Jaws, uma vez que muitos dos locais e dos melhores surfistas do Mundo estavam no North Shore a competir.
B - Como comparas a onda de Jaws em relação à Nazaré, onde estás habituado a surfar?
TL - São ondas completamente distintas, com abordagens e riscos diferentes. Aaprendi a surfar ondas grandes na Nazaré, ou seja, conheço muito bem o line up. Em Jaws estava um pouco perdido que linhas fazer ou onde me posicionar. Preciso de voltar lá mais vezes para estar mais à vontade.
B - Em termos de carreira, onde te vês no pico da tua forma? Pensas que um surfista de Ondas Grandes pode atingir notoriedade só através de sessões e dos recordes ou consideras que as competições também são importantes no meio?
TL - Acho que o pico da minha carreira ainda está por vir. Tenho 22 anos e o surf de ondas grandes é um desporto ‘envelhecido’. Provavelmente, a minha geração (Eu, Luca Pádua, Ben Larg, etc) é das primeiras a começar a carreira direto para o big wave surf. Acho que para atingir notoriedade no surf de ondas grandes é preciso de tudo isso! Temos de viajar, fazer boa performance em todos os sítios que vamos, tentar participar em todos os campeonatos ou competições possíveis, ser bom nos média, etc.
B - Que arenas de ondas grandes que ainda não surfaste tens ambição e o objetivo de explorar?
TL - - Das principais arenas de ondas grandes já surfei quase todas. A próxima que tenho em mente é Cloudbreak, nas Fiji. Os objetivos passam por melhorar a minha performance em todas as viagens que fizer.
B - Quais as tuas maiores inspirações atualmente no mundo das ondas grandes?
TL - De momento, a minha maior inspiração no big wave surf é a Maya Gabeira, pela história de vida que tem, os feitos que conquistou e pela amizade que temos. E, sem dúvida, o Lucas Chumbo que pôs o desporto noutro patamar.
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