A Câmara Municipal de Sesimbra e os moradores da Lagoa de Albufeira exigem da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a abertura de um canal de maiores dimensões da lagoa ao mar e o seu desassoreamento.
A abertura da Lagoa foi realizada no passado dia 25 de junho, tendo os trabalhos de preparação decorrido entre os dias 18 e 24 desse mês. Contudo, após a abertura, o canal voltou a fechar e foi reaberto a 11 de julho.
Dez dias depois, a 21 de julho, o canal voltou a fechar, pelo que os moradores e o município exigem agora nova intervenção de imediato e uma outra de maior dimensão, que permita resolver o problema a longo prazo.
Em nota entretanto divulgada, a APA já garantiu nova abertura do canal, mas sem indicar uma data.
Num abaixo-assinado, os moradores exigem também da APA o desassoreamento urgente da lagoa, recordando que é aberta ao mar todos os anos, para garantir a renovação das águas e a boa qualidade de todo o ecossistema lagunar.
"Esta operação, que acontece todos os anos, e é essencial para a preservação da biodiversidade deste sistema lagunar, tem sido cada vez mais complexa de executar devido ao assoreamento da zona vestibular", lê-se no documento.
A Câmara Municipal de Sesimbra associou-se à iniciativa popular e instalou um 'outdoor' na Lagoa de Albufeira com essa exigência.
Estas ações, segundo a autarquia, surgem devido à ausência de resposta por parte da Agência Portuguesa de Ambiente, entidade responsável pela gestão da lagoa, e do Ministério do Ambiente, "perante os graves problemas de assoreamento que colocam em risco um ecossistema de enorme relevância para a região e para o país".
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, explicou que a Lagoa de Albufeira tem um processo de abertura anual de ligação ao mar feito com meios mecânicos e, ao longo dos últimos anos, a operação tem vindo a ficar cada vez mais difícil porque a zona está assoreada.
"De ano para ano, mais difícil se torna fazer a abertura e mais facilmente é encerrada com os seus movimentos marítimos", disse, insistindo que é necessária e urgente uma intervenção de abertura de um canal de maiores dimensões com uma renovação efetiva da água da lagoa de Albufeira e o desassoreamento da zona.
Na verdade, explicou, o problema tem duas dimensões.
"Para já, a reabertura do canal com a maior celeridade, porque embora as análises feitas revelem, por enquanto, que a água está boa e passível de ser usada como zona balnear, os odores e a cor da água atualmente criam um descontentamento e desagrado que coloca a dúvida nas pessoas sobre a qualidade", disse.
Assim, acrescentou, "há necessidade de uma abertura de imediato, ainda que possa ser pouco eficaz", e há a questão de fundo que o município tem vindo "a alertar desde 2019, da necessidade da abertura de um grande canal e do desassoreamento".
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