O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou esta terça-feira um "SOS" climático global durante uma cimeira nas ilhas do Pacífico. Um novo relatório revelou o aumento rápido do nível médio do mar na região, em comparação com as médias globais, o que fez com que o líder português tenha chamada à atenção sobre o problema.
“Estou em Tonga para emitir um SOS global - Salvem os Nossos Mares - sobre a subida do nível do mar. Uma catástrofe à escala mundial está a colocar em risco este paraíso do Pacífico”, alertou Guterres.
As ilhas do Pacífico, pouco povoadas e com pouca indústria pesada, geram menos de 0,02% das emissões globais anuais de dióxido de carbono (CO2). No entanto, este vasto arco de ilhas vulcânicas e atóis baixos de coral está integrado num corredor tropical cada vez mais ameaçado pela subida do nível dos oceanos.
Um novo relatório, divulgado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), revelou que os mares subiram cerca de 15 centímetros em algumas partes do Pacífico nos últimos 30 anos. A média global foi de 9,4 centímetros, segundo o relatório "Surging Seas in a Warming World".
“As populações, economias e ecossistemas de toda a região sudoeste do Pacífico são muito afetadas pelos efeitos em cascata das alterações climáticas”, alertou no relatório a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. “É cada vez mais evidente que estamos a ficar sem tempo para virar a maré”, rematou.
Alguns locais, especialmente em Kiribati e nas Ilhas Cook, registaram um aumento semelhante ou ligeiramente inferior à média global. Mas outras zonas, como as capitais de Samoa e Fiji, estavam a aumentar quase três vezes mais.
Há mesmo o caso extremo de Tuvalu, um país insular de baixa altitude do Pacífico, onde a terra já é tão escassa que multidões de crianças utilizam a pista do aeroporto internacional como o seu próprio parque infantil improvisado. Os cientistas preveem que, mesmo em cenários moderados, Tuvalu seja quase totalmente apagado do mapa nos próximos 30 anos.
“É um desastre atrás do outro, e estamos a perder a capacidade de reconstruir, de resistir a outro ciclone ou inundação”, disse o ministro do Clima de Tuvalu, Maina Talia, à agência AFP na segunda-feira, à margem da cimeira. “Não devemos fechar os olhos às alterações climáticas e ao aumento do mar”, insistiu, acrescentando que para os Estados insulares de baixa altitude “é uma questão de sobrevivência”.
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