O instituto Okeanos diz que já foram contabilizadas cerca de 470 espécies de corais de águas frias e de esponjas, organismos de crescimento muito lento e grande longevidade, como os corais negros.
"Descobrimos ainda várias zonas com recifes de corais negros com um papel importante, como reservatórios de carbono, e na mitigação das alterações climáticas", explicou o investigador do Okeanos
As últimas campanhas de investigação realizadas por cientistas do instituto Okeanos, da Universidade dos Açores (UAç), nas águas profundas do arquipélago, permitiram identificar 15 novas espécies e um novo género de coral, até agora desconhecidos da comunidade científica.
“Os trabalhos mais recentes possibilitaram a descoberta de um novo género de coral e cerca de 15 espécies novas para a ciência, e muitas mais haverá por descobrir”, disse Telmo Morato, líder do grupo de investigação do mar profundo, durante uma sessão comemorativa do Dia Mundial dos Oceanos, realizada na cidade da Horta na passada sexta-feira.
O investigador adiantou que já foram contabilizadas cerca de 470 espécies de corais de águas frias e de esponjas nos mares dos Açores, organismos de crescimento muito lento e grande longevidade, como acontece, por exemplo, com os corais negros, que podem viver mais de mil anos.
“Hoje, sabemos que o mar profundo dos Açores, até aos 1000 metros de profundidade, é um ‘hotspot’ de biodiversidade oceânica, às escalas do Atlântico e global”, insistiu Telmo Morato, salientando que os esforços de investigação realizados no arquipélago, colocam os Açores no "topo das regiões do mundo com mais informação sobre o mar profundo”.
Imagens vídeo recolhidas durante as campanhas de investigação permitiram também descobrir “a maior agregação de corais negros algumas vez vista nos Açores”, que podem ser comparados com as florestas de sequoias, as mais antigas árvores do planeta, que existem, por exemplo, nos Estados Unidos da América.
Segundo Telmo Morato, a recolha desta informação só foi possível devido ao desenvolvimento do “azor drift-cam”, um dispositivo de baixo custo e fácil manuseamento, que permite recolher imagens e ter acesso às áreas mais remotas e inóspitas do planeta.
“Durante os últimos anos, visitámos todas as 140 áreas dentro da ZEE (Zona Económica Exclusiva) dos Açores com menos de 1.000 metros de profundidade, realizámos cerca de 1.150 mergulhos, explorámos cerca de 760 quilómetros de fundo e produzimos mais de 1.300 horas de vídeo”, salientou o investigador da UAç.
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