Em dezembro de 2022, por altura em que a seleção marroquina de futebol brilhava no Mundial do Qatar, tornando-se às custas de Portugal na primeiro conjunto africano a atingir as meias-finais do certame, um outro desportista marroquino fazia história a quase 14 mil quilómetros daquele país localizado no Médio Oriente.
No North Shore da ilha havaiana de Oahu, mais concretamente em Haleiwa, Ramzi Boukhiam tornava-se no primeiro surfista árabe a obter a qualificação para o circuito mundial de surf.
Porém, o sonho virou pesadelo. Uma lesão num tornozelo, contraída em Pipeline bem perto do início da época, deixou Ramzi fora de combate durante o ano passado, impossibilitando de desfrutar do privilegiado estatuto de top mundial.
Já recuperado e na obrigação de regressar aos circuitos de qualificação, Boukhiam foi brindado pela World Surf League (WSL) com uma excelente notícia ao ser designado primeiro suplente do CT versão 2024 na primeira metade da temporada.
Desta forma, o goofy africano substituiu o lesionado João Chianca em Pipeline, obtendo desde logo um positivo nono lugar na onda rainha do surf mundial.
Logo a seguir, com a saída de cena do bicampeão mundial Filipe Toledo para cuidar da saúde mental, o competidor marroquino tomou o lugar do surfista brasileiro e subitamente viu-se como efetivo na elite mundial.
Nos quatro eventos até ao corte de meio da temporada, o surfista de 30 anos aproveitou da melhor forma a oportunidade.
Mostrou-se consistente, o melhor resultado foi o quinto posto em Peniche, colecionando desempenhos que possibilitaram superar o cut sem sobressaltos.
Desta forma, Ramzi Boukhiam assegurou presença na segunda metade do ano e a não menos importante requalificação para o CT do próximo ano.
Em pouco menos de meio ano, o surfista árabe passou de suplente a estar de pedra e cal no CT, com a requalificação no bolso. Replicou as recentes proezas de Barron Mamiya, Caio Ibelli e Matthew McGillivray.
Isto é, surfistas que não fazendo parte do CT no início do ano almejaram a manutenção na divisão máxima do surf mundial ao substituírem competidores lesionados.
Um prémio para alguém que batalhou muitos anos no QS pela tão desejada qualificação e quando conseguiu a mesma foi bafejado por um azar tremendo.
Nesta inesquecível primeira metade de 2024, Ramzi conseguiu igualmente o passaporte olímpico, com o vice-título mundial ISA em Porto Rico, onde só foi travado pelo amigo Gabriel Medina, que mais uma vez foi o 'carrasco' na final de um campeonato.
Pela segunda vez consecutiva, o natural de Agadir colocou a bandeira de Marrocos na prova olímpica de surf.
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