O terceiro dia de competição do Margaret River Pro já fez baixas no que toca a surfistas vítimas do cut, que acontecerá após o evento que decorre no Oeste australiano.
No setor masculino, oito surfistas já sabem que estão de saída da divisão máxima do surf mundial. Dentro deste lote, encontra-se o português Frederico Morais, mas também Kelly Slater.
Pelo segundo ano consecutivo, o mais laureado surfista da história não conseguiu superar o cut de meio da temporada.
Porém, desta vez, o cenário é diferente. Esta terça-feira, Slater fez o último heat da carreira como surfista do CT a tempo inteiro. Aos 52 anos de idade, parece ter chegado finalmente a hora do adeus, ainda que não de forma completa e oficial.
"É o que é. Tudo tem um fim. Se não nos adaptamos, não sobrevivemos. Não estava suficientemente motivado para dar 100%, como todos fazem agora", afirmou o 11 vezes campeão mundial de surf sem esconder a emoção do momento.
Último colocado do ranking na chegada à West Oz, KS tinha que operar, segundo o próprio, um "milagre" para continuar entre a elite mundial na segunda fase da temporada e garantir igualmente a requalificação para o circuito mundial de surf do próximo ano.
"Consegui alguns (ndr: milagres) ao longo dos anos e ainda tinha essa esperança", confidenciou.
Kelly tinha de fazer aquilo que nunca vez em Margaret River. Isto é, conquistar o campeonato que viu garantida a sua permanência no calendário do CT até 2028.
"Tive de lutar com esta onda toda a minha carreira. Por isso, não é necessariamente a onda em que pretendo terminar", referiu o veterano surfista norte-americano.
No Margaret River Pro, Slater ainda ultrapassou a repescagem, tendo sido eliminado na ronda 3, já em fase 'man-on-man', pelo compatriota Griffin Colapinto.
O número 1 de todos os tempos encerrou a sua prestação diante do atual número 1 do ranking mundial, tendo saído da água em ombros, como tantas e tantas vezes aconteceu ao longo da gloriosa carreira.
São 56 triunfos no circuito mundial de surf, o último dos quais alcançado no ano de 2022 em Pipeline, às portas do 50º aniversário.
Desta feita, a saída em ombros não ocorreu na hora da vitória, mas sim no fecho de uma viagem que atravessou décadas e tornou KS no maior surfista de todos os tempos.
"Tem sido divertido ter mais de 50 anos, lutar com estes surfistas e sentir que ainda estou aqui com eles. Foi bom terminar enquanto surfista a tempo inteiro no CT com o Griffin. Há muito que tenho estado perto dele", referiu o lendário competidor.
Agora, segue-se outra vida. Nova paternidade e prováveis presenças como wildcard, porventura ainda em 2024,
"Solicitei um wildcard para Fiji (Cloubreak). Vamos ver o que acontece. Se obtiver esse convite, poderei defrontar novamente o Griffin e vingar-me", disse Kelly Slater.
Antes, o recordista de títulos mundiais de surf poderá voltar a vestir a licra de competição já no final de abril, na etapa inaugural da Challenger Series 2024, a disputar na Gold Coast, também na Austrália.
"Já aqui estou há algumas semanas. O Renato Hickel (ndr: diretor dos Tours e de Competição da WSL) questionou-me se pretendo surfar na Gold Coast. Se as previsões forem boas para Snapper Rocks, veremos. Apenas por diversão", assegura.
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