No lado feminino, as duas primeiras etapas do circuito mundial de surf de 2024 foram inevitavelmente marcadas pelo facto de que a nova geração tomou de assalto as posições cimeiras, naquela que é considerada uma troca de guarda na hierarquia do surf feminino ao mais alto nível.
Com as consagradas Carissa Moore e Stephanie Gilmore fora da equação e a australiana Tyler Wright discreta, surfistas que entre si reúnem 15 dos últimos 16 títulos mundiais, nomes como Caitlin Simmers, Bettylou Sakura Johnson e Molly Picklum assumiram protagonismo.
Na chegada a Peniche, palco do MEO Rip Curl Pro Portugal, do atual top 5 mundial apenas a costarriquenha Brisa Hennessy (4ª classificada) tem mais de 22 anos de idade, contabilizando já 24 primaveras.
O pelotão mundialista é comandado pela australiana Molly Picklum, de 21 anos.
Pelo segundo ano consecutivo, 'Pickles' chega à Capital da Onda envergando a licra amarela, mas desta vez está isolada no primeiro posto do ranking mundial. O ano passado dividiu a licra com a havaiana Carissa Moore.
"É uma honra estar de regresso a Peniche com a licra amarela. Esta é uma onda divertida, a comida é boa e as pessoas são simpáticas. É uma honra surfar em frente a um público que adora surf. O facto de estar de amarelo também atrai a atenção das pessoas", disse Molly em conversa com os jornalistas durante a apresentação do MEO Rip Curl Pro Portugal, na passada terça-feira
Nas duas etapas já disputadas, que decorreram no North Shore da ilha havaiana de Oahu, Picklum brilhou e de que maneira.
Em Pipeline, a surfista 'aussie' foi finalista vencida e a autora da primeira nota 10 de uma mulher no evento disputado na onda rainha do surf mundial. O inédito momento ocorreu no vibrante duelo das meias-finais com a havaiana Bettylou Sakura Johnson.
"Foi muito especial ver em 2021 que podia ser possível surfar e divertirmo-nos ali. É uma honra fazer parte disso. Pipeline é uma onda bonita, mas também assustadora e poderosa. Naquele dia as condições estavam muito boas. Foi bom dividir o espetáculo com aquelas mulheres. É um bom ambiente, pois puxamos pelos limites de cada uma", considera.
Depois, em Sunset Beach, Molly repetiu a vitória obtida no ano passado, sendo que na retina também ficou a incrível onda de 9,67 pts, só com uma manobra, num dos maiores momentos da história recente do surf feminino.
O próximo desafio é Supertubos, onde até ao momento a competidora australiana tem como melhor resultado o quinto lugar alcançado na edição transata.
"O mais desafiante é o quão imprevisível pode ser a onda. Muda bastante. Pode dar tubos ou rasgadas. É também uma onda que pode ser muito física", analisou.
Atual número 1 mundial, a jovem surfista já disse que aponta ao título mundial em 2024, num ano também marcado pela realização dos Jogos Olímpicos de Paris'2024, onde 'Pickles' vai competir na prova de Teahupoo, efetuando a estreia olímpica.
Confrontada sobre qual título preferia arrecadar pela primeira vez na carreira, Molly Picklum não esconde que este ano abre uma exceção.
"É uma boa questão e difícil para os surfistas. Para nós, a nossa medalha de ouro é o título mundial, mas para o resto do mundo o ouro olímpico representa o título mundial. Para mim, ambos são importantes, mas este ano diria a medalha de ouro", revelou.
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