Sorte é coisa que o jovem António Laureano não tem tido na prova de tow-in da Nazaré, o TUDOR Nazaré Big Wave Challenge, no qual já somou duas participações.
Se em 2022, ano da estreia na competição, Laureano nem sequer teve a oportunidade de surfar, pois a francesa Justine Dupont fraturou um pé na primeira onda surfada, ficando fora de prova, agora o azar começou a bater à porta do jovem big rider luso na véspera do evento.
"Na sessão de treino houve uma onda em que fiquei com o pé (esquerdo) preso no strap da prancha, o que deixou-me com algumas dores e um pouco receoso para o campeonato", começou por contar António em conversa com os jornalistas.
Campeonato esse em que o big rider de 21 anos teve como parceira a brasileira Maya Gabeira, nada mais, nada menos do que a atual recordista mundial do Guinness da maior onda surfada por uma mulher.
"Nas primeiras ondas, estava a sentir demasiado o pé. Falei com a Maya e decidimos que fosse ela a surfar o resto do heat. Depois na 1h20 de intervalo entre baterias, tentaria recuperar o mais rápido possível", explicou António Laureano.
O plano estava traçado, mas na água tudo voltou a não correr da melhor maneira, desta feita aos comandos do jet ski. "Antes, perdi o jet ski num resgate que estava a fazer à Maya. Senti uma pancada da moto no pé. Tinha de optar em ir ao barco da World Surf League (WSL) e dizerem que não podia competir, deixando a Maya sem parceiro, ou ir direto ao porto de abrigo e falar com os bombeiros para ligarem o pé para o segundo heat", referiu.
E foi de pé ligado e "cheio de dores" que Laureano esteve durante 40 minutos aos comandos do jet ski na segunda e última bateria, contribuindo de forma decisiva para que Maya Gabeira arrecadasse o prémio individual feminino do TUDOR Nazaré Big Wave Challenge pela segunda vez consecutiva.
"É um trabalho de equipa, temos de ser uns pelos outros. Se fosse ao contrário, sei que a Maya teria feito o mesmo para me ajudar. Não queria deixar a Maya sem parceiro. O que interessa é que venceu", assegura António.
Para o big rider português, o "momento do pódio foi uma recompensa gigante", mesmo que agora seja "quase certo" que estará "algum tempo fora de água".
No futuro, António Laureano espera que o desfecho em termos pessoais seja diferente no local em que ganhou toda uma "paixão pelas ondas grandes".
"Tenho de admitir que custa. Nos dois campeonatos em que participei aconteceu sempre alguma coisa que acabou por adiar a minha melhor performance e mostrar o meu verdadeiro surf nestas ondas. Agora é recuperar, ficar mais forte e no próximo ano que à terceira seja de vez", concluiu.
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