Foi preciso esperar até à derradeira bateria do terceiro dia de competição do Saquarema Pro para vermos Frederico Morais em ação, mas bem valeu a pena a longa espera.
Com a passagem aos oitavos-de-final da sexta e última etapa do circuito Challenger Series de 2023, Kikas assegurou desde já a requalificação para o circuito mundial de surf, de onde havia saído a meio de 2022 na sequência do polémico cut.
Esta é a terceira vez na carreira que Frederico consegue chegar à divisão máxima do surf mundial, onde foi 10º classificado do ranking em 2021, naquela que é até ao momento a melhor classificação de um surfista português no CT.
Na chegada à Praia de Itaúna, o famoso 'Maracanã do Surf', o surfista de 31 anos ocupava o terceiro posto do ranking, estando por isso bem dentro da zona de qualificação (apuram-se os 10 primeiros).
Morais dependia exclusivamente de si e tinha como requisito atingir os quartos-de-final para sentenciar a requalificação.
A eliminação na ronda 3 de rivais diretos como o norte-americano Jake Marshall ou o brasileiro Deivid Silva, recente vencedor do Ericeira Pro, e a passagem de Kikas aos 'oitavos' permitiram desde já fazer a festa no país irmão.
"Estou muito contente. Foi preciso muito trabalho e crença. O ano passado quando fiquei abaixo do cut entrei definitivamente num período difícil. Tive por detrás uma grande equipa, uma grande mulher e uma grande família. Deram-me a força que necessitava para continuar. Agradeço à minha pessoa porque se acreditarmos em nós próprios, tudo é possível. Esta é para Portugal! Estamos de volta ao CT e é para ficar", disse Frederico Morais em inglês aos microfones da World Surf League (WSL).
Depois, já na língua de Camões, o vencedor do circuito mundial de qualificação da WSL em 2019 revelou, visivelmente emocionado, que até não estava a par das contas em relação à bateria que tinha pela frente. Bateria essa que foi equilibrada e onde defrontou o norte-americano Kade Matson, que saiu vencedor, bem como o brasileiro Alejo Muniz e o jovem 'aussie' George Pittar.
"Honestamente não fazia ideia que se passasse esta bateria estava qualificado. Até foi melhor assim. Foi super especial. Dei um abraço ao meu treinador, Richard 'Dog' Marsh, com quem trabalho há 15 anos. Basicamente é como se fosse um segundo pai para mim. É um momento especial para mim, para a minha mulher, família, amigos e Portugal. Vibram muito com isto nos melhores e piores momentos. Custou, mas conseguimos o grande objetivo", finalizou.
Resta dizer que nos oitavos-de-final do Saquarema Pro, já em fase 'man-on-man, Frederico Morais vai estar envolvido num duelo 100% europeu, pois vai medir forças com o gaulês Marco Mignot, atual campeão continental da WSL.
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