Foi na última madrugada em Portugal que foram coroados os campeões do Tahiti Pro, 10ª e última etapa da fase regular do circuito mundial de surf de 2023. A tubular onda de Teahupoo foi palco de um dos dias competitivos mais importantes do ano, pois estavam em jogo a definição das últimas vagas para a finalíssima de Trestles, onde serão discutidos os títulos mundiais já em setembro, bem como para os Jogos Olímpicos de Paris'2024.
Este ano, o Tahiti Pro consagrou o australiano Jack Robinson e a norte-americana Caroline Marks, que venceram pela primeira vez o evento taitiano ao mesmo tempo que somaram a segunda vitória na presente temporada.
Isto num dia em que também soube-se desde já que no setor feminino teremos uma campeã mundial diferente face ao verificado em 2022.
A vigente campeã do mundo, Stephanie Gilmore, não conseguiu a qualificação para decisão de Trestles, naquele que foi um grande balde de água fria para a consagrada surfista 'aussie', eliminada nos quartos-de-final por Caroline Marks, numa bateria em que somou... 2,93 pts. Desta forma, a recordista de títulos mundiais, com oito cetros, despede-se da temporada no sexto posto do ranking mundial (primeira posição abaixo do cut), sem vitórias em etapas e sem a vaga para Paris'2024 via CT, uma vez que a segunda australiana a conseguir esse desiderato foi Molly Picklum, atual número 4 mundial.
Se houve desilusão 'aussie' no surf feminino, o mesmo não se poderá dizer entre os homens. Com um evento imaculado, Jack Robinson gritou vitória em Teahupoo. Um triunfo decisivo, pois permitiu a 'Robbo' agarrar o bilhete para o tão desejado evento de Trestles. Depois de um período de bem menor fulgor na sequência da lesão contraída em Bells Beach, Jack voltou a reencontrar-se com as boas sensações. Os primeiros sinais de retoma foram evidenciados em Jeffreys Bay (foi quinto) e agora em Teahupoo veio a confirmação, mostrando-se ao nível superlativo evidenciado na primeira fase da presente temporada.
Como tal, o surfista australiano repetiu o que havia feito na etapa inaugural da época, isto é, vencer. Nos dois eventos tubulares do CT 2023 (Pipeline e Teahupoo), o vencedor foi sempre Jack Robinson.
Neste dia das decisões, Robinson sabia que a margem de erro era nula por forma a conseguir estar em Trestles. Chegado ao Taiti apenas no oitavo lugar do ranking, o competidor de 25 anos começou o dia a derrotar nos quartos-de-final o brasileiro Yago Dora, um rival direto. Depois, seguiu-se a vitória sobre o italiano Leo Fioravanti, num embate que foi repetição da final do último Billabong Pro Pipeline.
Na final, tivemos um confronto entre Jack Robinson e Gabriel Medina. O vencedor estaria automaticamente qualificado para a decisão do título mundial. Repetindo a receita que permitiu aniquilar John John Florence nos quartos-de-final e suplantar o havaiano Barron Mamiya nas meias-finais, Gabes entrou muito forte. Rapidamente, construi um score combinado na casa dos dois dígitos altos, no caso 15,00 pts.
Especialista em tubos, o rival australiano manteve a calma e conseguiu dar a volta ao texto com duas ondas de 7,83 pts (15,66 pts), a última das quais já dentro dos últimos 10 minutos. Num duelo bem equilibrado, apenas 0,66 pts separaram os dois surfistas quando tocou a buzina.
Medina, que foi finalista em Teahupoo pela sexta vez na carreira, não conseguiu reagir e teve de contentar-se com o segundo lugar, pese embora ter feito a melhor onda da final (8,17 pts). Este desfecho, fez com que a segunda vaga brasileira para as Olimpíadas de Paris'2024 ficasse na posse de João Chianca, que também respirou de alívio ao assegurar a presença em Trestles. O irmão de Lucas Chumbo fechou a fase regular no quarto lugar do ranking atrás de Filipe Toledo (1º), Griffin Colapinto (2º) e Ethan Ewing (3º).
Na prova feminina, tivemos uma final 100% norte-americana e com duas jovens em ação. Caroline Marks, de 21 anos, e Caitlin Simmers, de apenas 17 anos, mediram forças num confronto com pouquíssimas ondas surfadas. Caroline fez a diferença com uma onda de 5,33 pts, que ajudou a fazer o score de 9,23 pts, enquanto Caitlin esteve desencontrada com o mar, somando apenas 3,94 pts de pontuação combinada.
Nesta marcha vitoriosa, para além de ter levado a melhor sobre Stephanie Gilmore, Marks voltou a encontrar-se dentro de água com a Tyler Wright. Foi a quarta vez que tal sucedeu na presente época: duas vitórias para cada lado: Nas meias-finais, a surfista norte-americana bateu a bicampeã mundial, que assim perdeu as hipóteses de roubar a licra amarela a Carissa Moore. A mana de Mikey e Owen Wright concluiu a época no segundo lugar, na frente de Caroline Marks (3ª), Molly Picklum (4ª) e Caitlin Simmers (5ª).
Precisamente, Simmers não ganhou, mas deslumbrou nesta sua estreia no Tahiti Pro. Foi finalista e deixou pelo caminho Gabriela Bryan nos quartos-de-final, naquela que foi a passagem de testemunho entre as rookies do CT 2022 e 2023, sendo que nas meias-finais derrotou a local Vahine Fierro com uma onda de 9,23 pts. Vahine, que nos quartos-de-final havia eliminado a havaiana Carissa Moore, que vai vestir de amarelo em Trestles.
A prodígio norte-americana foi a autora de uma performance deslumbrante, que impediu Stephanie Gilmore de lutar pela revalidação do título, sendo que o trabalho está longe de estar concluído.
Em Trestles, a competidora de 17 anos estará não só na batalha pelo título mundial, mas também pela segunda vaga norte-americana para os Jogos Olímpicos de Paris'2024. O único bilhete que ainda não tem dono das 18 vagas (10 homens + 8 mulheres) distribuídas no CT versão 2023.
Tudo vai decidir-se entre as finalistas do Tahiti Pro, Caroline Marks e Caitlin Simmers. A melhor classificada do ranking é quem vai alcançar a qualificação. Para defrontar mais uma vez a compatriota, primeiro Caity terá de bater Molly Picklum.
A finalíssima de Trestles, denominada de Rip Curl WSL Finals, tem o período de espera de 8 a 16 de setembro, com a ação a rolar apenas num único dia. Em prova, teremos somente uma dezena de surfistas (5 homens + 5 mulheres). É o terceiro ano consecutivo que a World Surf League (WSL) vai adotar este formato para a definição dos campeões do mundo.
Resumo Tahiti Pro
WSL
Resultado final masculina:
1º Jack Robinson (AUS) 15.66 2º Gabriel Medina (BRA) 15.00Resultado final feminina:
1ª Caroline Marks (USA) 9.23 2ª Caitlin Simmers (USA) 3.94Resultados meias-finais masculinas:
HEAT 1: Jack Robinson (AUS) 15.83 DEF. Leonardo Fioravanti (ITA) 8.84 HEAT 2: Gabriel Medina (BRA) 13.33 DEF. Barron Mamiya (HAW) 5.17Resultados meias-finais femininas:
HEAT 1: Caroline Marks (USA) 11.66 DEF. Tyler Wright (AUS) 9.80 HEAT 2: Caitlin Simmers (USA) 15.73 DEF. Vahine Fierro (FRA) 12.34Resultados quartos-de-final masculinos:
HEAT 1: Leonardo Fioravanti (ITA) 15.10 DEF. Kauli Vaast (FRA) 11.70 HEAT 2: Jack Robinson (AUS) 12.93 DEF. Yago Dora (BRA) 11.10 HEAT 3: Barron Mamiya (HAW) 11.43 DEF. Mihimana Braye (PYF) 2.50 HEAT 4: Gabriel Medina (BRA) 16.10 DEF. John John Florence (HAW) 10.10Resultados quartos-de-final femininos:
HEAT 1: Tyler Wright (AUS) 12.50 DEF. Tatiana Weston-Webb (BRA) 12.26 HEAT 2: Caroline Marks (USA) 8.50 DEF. Stephanie Gilmore (AUS) 2.93 HEAT 3: Vahine Fierro (FRA) 8.83 DEF. Carissa Moore (HAW) 8.00 HEAT 4: Caitlin Simmers (USA) 6.60 DEF. Molly Picklum (AUS) 6.53
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