Nas suas carreiras em cima de uma prancha de surf, o australiano Morgan Cibilic e o brasileiro Samuel Pupo possuem a mesma distinção. Ambos foram os rookies do ano nas respetivas temporadas de estreia no circuito mundial de surf.
Morgs deixou o mundo do surf de queixo caído em 2021. Aproveitou da melhor forma um ano que teve grande parte dos eventos disputados na Austrália natal para anotar uma época histórica.
Naquela campanha, o surfista 'aussie' derrotou John John Florence um punhado de vezes, garantiu o primeiro posto entre os estreantes, mas também a presença na finalíssima de Trestles, onde esteve a discutir o título mundial. Foi o número 5 do mundo. Impensável, pensaram muitos quando começou a temporada.
Já Samuel, o mano de Miguel Pupo, brilhou na época transata. Foi regular, fintou com distinção o polémico cut e teve como grande 'highlight' o vice-campeonato em Saquarema. Só o compatriota Filipe Toledo, que veio a vencer o evento, travou a marcha de Sammy no Maracaña do Surf. Tudo junto, traduziu-se num fecho de contas no 10º lugar do ranking mundial.
Esta é a parte boa do caminho que Cibilic e Pupo trilharam na divisão máxima do surf mundial. O pior foi o que veio a seguir, na tal temporada que os norte-americanos apelidam de 'sophomore' (segundo ano).
Desde os cilindros de Pipeline, onde as épocas têm vindo a arrancar, os dois surfistas não evidenciaram as boas sensações que tinham plasmado meses antes. Aqui e ali ainda deram um arzinho da sua graça, mas isso foi insuficiente para evitar o pior dos desfechos. Morgan Cibilic em 2022 e Samuel Pupo em 2023 tiveram de deixar o comboio do CT a meio do ano na sequência do cut.
O cut foi implacável e atirou os últimos dois rookies do circuito mundial de surf para a Challenger Series.
Uma espécie de maldição tem-se abatido sobre quem foi o mais forte entre os novatos nas lides do CT.
Relegados para a aguerrida Challenger Series, Cibilic não conseguiu em 2022 regressar à elite por 65 magros pontos. Foi por pouco. Agora, em 2023, Morgan continua pelos Challengers e tem a companhia de Samuel Pupo, que entrou a todo o gás no circuito ao vencer nas direitas de Snapper Rocks, poucos dias depois de ter caído do CT. Morgan Cibilic foi apenas 25º.
No Sydney Surf Pro, que decorre por estes dias, Pupo perdeu de primeira, enquanto o companheiro de profissão australiano já está nos oitavos-de-final. Resultados que vão acontecendo num caminho que vai ser longo e só terminará em outubro lá em Saquarema. A praia em que Morgan Cibilic espera consumar o regresso ao CT e Samuel Pupo espera viver um novo momento inesquecível, tão ou mais valioso como aquele que experienciou naquela latitude faz agora um ano em junho.
Ah e para o futuro rookie do CT 2023 fica já feito o aviso à navegação para o que poderá suceder no ano que vem. É que já diz o povo, não há duas sem três...
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