Ponto final no Surf Ranch Pro, aquela que foi a sexta etapa do circuito mundial de surf de 2023 e a primeira pós-cut.
Nesta que foi a primeira aparição dos melhores surfistas do mundo no Rancho desde 2021, Griffin Colapinto e Carissa Moore saíram vencedores após dois dias recheados de ação, emoção e muita polémica.
Com os resultados verificados na piscina de ondas artificiais que é propriedade de Kelly Slater, tanto Griff como Riss são agora os novos líderes dos rankings mundiais. Destronaram João Chianca e Tyler Wright do topo. No caso de Colapinto, esta é a primeira vez na carreira que vai envergar a licra amarela, símbolo de número um mundial.
Ao vencer a quarta edição do Surf Ranch Pro, Griffin Colapinto quebrou a invencibilidade brasileira na infraestrutura localizada em Lemoore, na Califórnia, em termos de prova masculina.
E para alcançar esse feito, Griffin teve um dia das finais em que teve de derrotar de enfiada nada mais, nada menos do que três surfistas originários do país irmão.
Primeiro, nos quartos-de-final, o competidor californiano eliminou Yago Dora, que no dia anterior havia conseguido a melhor onda de toda jornada com 9,37 pts, mas que neste duelo esteve uns furos bem abaixo. Depois, num duelo equilibrado, o mano de Crosby Colapinto bateu Filipe Toledo nas meias-finais. Acabou por ser a passagem de testemunho entre o último e o futuro vencedor do evento norte-americano.
Griffin Colapinto marcava assim encontro na final com o brasileiro Ítalo Ferreira, curiosamente um embate entre os dois surfistas que não conseguiram o apuramento direto para os quartos-de-final e tiveram de passar pela sessão noturna realizada na véspera, onde foram os mais fortes.
Na sua caminhada até à final, a primeira no Surf Ranch Pro, Ítalo derrotou o compatriota João Chianca nos 'quartos' e o australiano Ethan Ewing nas 'meias'. Ewing que na ronda anterior tinha batido Gabriel Medina, num confronto que terminou com os dois surfistas a anotarem o mesmo score combinado (16,67 pts). Avançou Ethan por ter conseguido a onda mais pontuada (9,07 pts).
Na final, Ítalo até saiu por cima após a primeira run, com 16,83 pts face aos 16,53 pts de Colapinto. Porém, o surfista de 24 anos fez a diferença na segunda onda surfada para a direita, com 9,07 pts, que aumentou o score combinado para 17,77 pts.
O campeão olímpico reagiu com um 8,43 pts na segunda onda surfada para a direita, mas revelou-se insuficiente, pois precisava de um 9,07 pts para regressar ao primeiro posto. Na derradeira oportunidade, a segunda onda para a esquerda, Ítalo Ferreira caiu, não completando a onda. Desta forma, estava entregue a vitória a Griffin Colapinto. Depois de duas finais perdidas (Sunset Beach e Margaret River) na presente temporada, o surfista californiano saboreia finalmente o doce sabor da vitória.
"Significa muito vencer um CT na Califórnia e em especial no Surf Ranch, pois todos têm a mesma oportunidade e muito vai direcionado para a capacidade física. Trabalhei muito para isto. Toda a minha família e amigos estão aqui. É insano! A final foi de loucos. É uma sensação incrível estar com a licra amarela", confidenciou.
Moore a mais forte em Lemoore
Na prova feminina, Carissa Moore tornou-se na primeira surfista a vencer por duas vezes o Surf Ranch Pro, depois do triunfo alcançado na edição inaugural, em 2018. Depois de já ter feito o melhor score combinado da jornada anterior no que toca ao evento feminino, com 16,26 pts, a cinco vezes campeã mundial não deu hipóteses no dias das finais.
A surfista havaiana começou por bater a brasileira Tatiana Weston-Webb nas meias-finais com o score combinado de 18,00 pts em 20 possíveis. Na final, Carissa também não deu grandes chances à norte-americana Caroline Marks, construindo o score vencedor (16,53 pts) logo na primeira run.
Marks, que começou a final com um erro na primeira onda surfada para a direita, tentou reverter a situação na derradeira onda surfada para a esquerda com uma manobra progressiva, que não conseguiu completar. A competidora de 21 anos, que suplantou a compatriota Caitlin Simmers nas meias-finais, concluiu sua prestação com o score combinado de 15,43 pts. Foi a segunda final perdida em 2023 para a vice-campeã mundial de 2019.
Quanto a Carissa Moore, está com 50% de taxa de sucesso na presente campanha, pois venceu três das seis etapas disputadas. "Acho que todos nós, enquanto atletas, queremos estar ao nível do nosso potencial. Definitivamente, penso que podia ter dado mais. No entanto, sinto-me contente e isso é o que mais importa para mim. Esta é uma onda perfeita, mas muito difícil de surfar. Tive de fazer algumas sessões para encontrar novamente os timings certos e acalmar os nervos", explicou a nova licra amarela.
Depois da visita ao Rancho de Kelly Slater, o circuito mundial de surf segue para El Salvador, onde voltam os eventos em praia. A sétima etapa do ano, o El Salvador Pro, tem o período de espera de 9 a 18 de junho.
Final feminina:
1ª Carissa Moore (HAW) 16.53
2ª Caroline Marks (USA)15.43
Final masculina:
1º Griffin Colapinto (USA) 17.77
2º Italo Ferreira (BRA) 17.13
Meias-finais femininas:
HEAT 1: Caroline Marks (USA) 15.53 DEF. Caitlin Simmers (USA) 15.00
HEAT 2: Carissa Moore (HAW) 18.00 DEF. Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.77
Meias-finais masculinas:
HEAT 1: Griffin Colapinto (USA) 15.60 DEF. Filipe Toledo (BRA) 14.10
HEAT 2: Italo Ferreira (BRA) 16.60 Def. Ethan Ewing (AUS) 16.36
Quartos-de-final masculinos:
HEAT 1: Griffin Colapinto (USA) 14.57 DEF. Yago Dora (BRA) 9.43
HEAT 2: Filipe Toledo (BRA) 17.20 DEF. Leonardo Fioravanti (ITA) 16.17
HEAT 3: Ethan Ewing (AUS) 16.67 DEF. Gabriel Medina (BRA) 16.67
HEAT 4: Italo Ferreira (BRA) 17.27 DEF. Joao Chianca (BRA) 8.33
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