Em comunicado oficial, a World Surf League (WSL) anunciou o nome dos wildcards para o que resta da presente temporada de 2023, mas também para a campanha do próximo ano.
Sem surpresa, Kelly Slater foi um dos competidores agraciados com um wildcard por parte da WSL. Depois de ter sido consumado o facto de ter ficado abaixo do cut na primeira metade da vigente época, Kelly vê assim garantida a sua continuidade na principal divisão do surf mundial.
Esse wildcard não abrange apenas o que falta da temporada de 2023, mas também a primeira metade do próximo ano, o que deixa antever que o cut irá continuar a fazer parte do circuito mundial de surf.
Como se trata de um antigo campeão mundial, os pontos obtidos por Slater daqui em diante vão contar, não obstante ser wildcard. Por isso, o 11 vezes campeão do mundo está ainda dentro da luta pela presença na finalíssima de Trestles, onde serão discutidos os títulos mundiais, mas também mantém viva a corrida à qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris'2024 via CT.
Para assegurar a tão desejada qualificação para a prova a disputar nos pesados tubos de Teahupoo, no Taiti, o competidor de 51 anos terá de ser um dos dois melhores surfistas norte-americanos (havaianos incluídos) do ranking no final do ano.
No setor feminino, o wildcard foi atribuído a Johanne Defay, que falhou grande parte da primeira metade do CT 2023 devido a lesão. Situação que possibilitou a presença da Teresa Bonvalot em três etapas (Pipeline, Sunset Beach e Peniche), fazendo uso do estatuto de primeira suplente do CT feminino em 2023. Estatuto esse que chegou ao fim na etapa de Margaret River, que deverá terminar na próxima madrugada em Portugal continental.
À semelhança do que acontece com Kelly Slater, Johanne também ainda poderá discutir o título mundial em Trestles, onde marcou presença nas últimas duas épocas. Neste caso, os pontos a somar pela surfista francesa vão contar, não obstante ser wildcard, pelo facto de tratar-se uma competidora que no passado já esteve presente na WSL Finals.
"O Livro de Regras da WSL permite que apenas antigos campeões mundiais e antigos competidores do WSL Finals estejam elegíveis para amealhar pontos na segunda metade da época enquanto wildcards. O Kelly e a Johanne cumprem esses critérios", explica Jessi Miley-Dyer, a responsável máxima de competição da World Surf League.
Quanto aos wildcards para o CT versão 2024, Miguel Pupo foi o eleito no setor masculino. Nesta temporada de 2023, o surfista brasileiro ficou abaixo do cut, curiosamente tal como o seu mano Samuel Pupo, isto apesar das situações terem sido diferentes. Miguel lesionou-se num tornozelo na etapa de Peniche, tendo falhado toda a perna australiana, o que naturalmente contribuiu de forma decisiva para o corte verificado.
O facto do wildcard ter sido atribuído a Miguel Pupo confirma assim o adeus ao CT do experiente Kolohe Andino, que desde 2012 integrava a elite mundial, mas também de nomes como Jadson André, que esteve lesionado na primeira fase do ano, e Ramzi Boukhiam, que nem sequer chegou a estrear-se como top mundial, pois lesionou-se dias antes do início da nova temporada. Uma situação igual aquela que o australiano Liam O'Brien viveu em 2022.
Já entre as senhoras, o wildcard para 2024 ficou na posse da costarriquenha Brisa Hennessy. Neste caso, a WSL rompeu com a tradição de atribuir um wildcard a uma surfista lesionada há muito.
Brisa foi um dos nomes de vulto que ficou abaixo do cut. Isto quando na última época discutiu o título mundial em Trestles. Entre os nomes apeados de wildcard na sequência do cut, destaque naturalmente para duas veteranas e eternas candidatas ao título: a norte-americana Courtney Conlogue e a australiana Sally Fitzgibbons.
Vice-campeã mundial em 2015 e 2016, Courtney sai da principal divisão do surf mundial pela primeira vez desde 2011, enquanto Sally, campeã mundial da ISA em 2021 , desta vez não conseguiu escapar ao cut via wildcard, como aconteceu há um ano. Três vezes vice-campeã do mundo, Fitzgibbons fazia parte do elenco do CT desde 2010.
É o fim de uma era para estas duas surfistas, que não têm outra solução do que tentar a requalificação através do circuito Challenger Series, que começa já em maio na Austrália.
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