Primeira etapa da Liga MEO Surf 2023, o Allianz Figueira terminou com os triunfos de Guilherme Ribeiro e Gabriela Dinis, sendo que para Gaby esta foi a primeira vitória na competição que define os títulos máximos do surf nacional e num campeonato em que esteve eliminada...
Os dois jovens surfistas saíram vencedores nas direitas da Praia do Cabedelo após um longuíssimo dia final, no qual houve ação de sol a sol.
Desta forma, a nova geração de surfistas portugueses assumiu a liderança dos rankings nacionais neste início de ano, tendo destronado pelo caminho até à final surfistas mais experientes.
A final masculina foi disputada entre o atual campeão nacional, Guilherme Ribeiro, e o ex-vice-campeão nacional, Afonso Antunes. A primeira troca de ondas foi favorável a Afonso sendo que durante a final houve alternância da liderança por diversas vezes.
A poucos minutos do fim, Afonso estava em primeiro lugar, mas a reação do surfista da Costa de Caparica numa onda bem trabalhada com surf de rail desde o outside que valeu 6,25 pontos, que foi suficiente para provocar a reviravolta. Foi já depois da buzina soar que foram lançadas as últimas notas que confirmaram o resultado. À saída da água, assistiu-se a um grande momento de desportivismo com Afonso a carregar o seu amigo nos ombros, dando-lhe os parabéns pela vitória.
“Na final, adotei a mesma estratégia que utilizei durante o campeonato inteiro”, afirmou Gui. “Sei que neste campeonato não apanhei as melhores ondas, mas fiz o meu melhor surf e acho que a vitória vem daí. Na final não estive nas ondas boas, mas consegui fazer a reviravolta no fim. Para mim é sempre um prazer disputar baterias com o Afonso, já que somos bons amigos. Terminei o ano com a licra amarela e vou continuar com ela o que me dá muita força e confiança. Quero ficar com esta licra até ao fim da Liga MEO Surf e possivelmente sagrar-me campeão nacional outra vez”, finalizou.
As meias-finais contaram com três surfistas da nova geração nacional e um surfista mais experiente. Na primeira bateria entre Guilherme Ribeiro e Frederico Morais assistiu-se a um duelo renhido de surf de rail e polido entre os dois que terminou com a vitória de Guilherme. Na segunda meia-final, Afonso Antunes e Matias Canhoto sentiram dificuldades em encontrar ondas de qualidade. O primeiro carimbou a passagem para a final com 9,25 pontos de score combinado.
Nos quartos-de-final, Frederico Morais foi o melhor surfista desta fase com uma performance avassaladora diante de Halley Batista com três notas excelentes (8,65, 8,75 e 8,50) numa bateria em que teve apenas um sentido, finalizada com o score de 17,40 pontos.
Guilherme Ribeiro venceu João Maria Mendonça, enquanto Afonso Antunes derrotou o até então campeão do evento Vasco Ribeiro. Apesar de ter começado fortíssimo com uma nota excelente de 8,25 pontos (a melhor da bateria), Vasco não conseguiu encontrar até ao final uma boa segunda onda. Afonso seguiu para as meias-finais com um score de 12,40 pontos contra 11,25 pts do recordista de títulos nacionais Open. Ainda nesta fase, Matias Canhoto venceu Francisco Almeida.
Por sua vez, Gabriela Dinis e Francisca Veselko protagonizaram a final feminina, com a primeira começar forte com uma onda de 7,50 pontos. Mas a reação da até então campeã da etapa, com duas ondas de 5,75 e 4,50 pts, levaram-na para o primeiro lugar. Foi já nos últimos minutos que Gabriela apanhou a onda decisiva de 3,00 pontos, suficiente para garantir a primeira na Liga MEO após três finais perdidas.
“Estou super feliz”, afirmou a campeã. “Os últimos três anos foram difíceis para mim devido a várias mudanças de treinadores e ter de acabar o secundário, mas finalmente estabilizei. Na final, não entraram muitas ondas boas, acho que só fiz duas ou três. Tentei esperar pelas melhores porque sabia que precisava de notas altas para ganhar e felizmente resultou”, concluiu.
Na primeira meia-final, assistiu-se a uma disputa entre a maior experiência da antiga campeã nacional, Carolina Mendes, diante da irreverência e juventude de Gabriela Dinis. A onda de 6,50 pontos da jovem surfista de 18 anos acabou por fazer a diferença no meio de algumas notas baixas de ambas as atletas.
A segunda bateria desta fase opôs Francisca Veselko a Camilla Kemp. Francisca começou com uma onda de 6,00 pontos gerindo a bateria do início ao fim, deixando a adversária a correr atrás do prejuízo. Já nos últimos minutos a campeã desta etapa em 2022 fez a melhor onda da bateria com 6,50 pontos terminando com o score de 12,50 contra 6,50 da adversária.
Em termos de surpresas, Teresa Bonvalot foi eliminada na ronda 3, numa bateria que teve de ser repetida devido a dificuldades técnicas e que havia ditado a eliminação de Gabriela Dinis, enquanto Yolanda Hopkins foi eliminada na ronda anterior numa bateria renhida vencida por Teresa Bonvalot.
Com os resultados verificados no Cabedelo, Guilherme Ribeiro e Gabriela Dinis também saem na frente da Allianz Triple Crown, sub-troféu que agrega as três etapas que têm a Allianz como 'main sponsor': Figueira da Foz, Ericeira e Ribeira Grande.
O dia final do Allianz Figueira Pro ficou ainda marcada por uma homenagem ao malogrado Pedro Martins de Lima, com a deposição de uma coroa de flores no mar e um minuto de silêncio.
A Liga MEO Surf 2023 volta ainda este mês à água, com a segunda etapa da temporada. O Joaquim Chaves Saúde Porto Pro disputa-se de 21 a 23 de abril.
Resultados finais do Allianz Figueira Pro:
Final masculina: Guilherme Ribeiro 11,65 x Afonso Antunes 10,50
Final feminina: Gabriela Dinis 10,50 x Francisca Veselko 10,25
Joaquim Chaves Saúde Best Wave: Frederico Morais, 8,75 pontos
Bom Petisco Girls Score: Francisca Veselko, 16,75 pontos
Figueira Best Surfer: Ivo Cação
Waversby Round (melhor performance desportiva na ronda 3): Frederico Morais com 15,35 pontos
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