Tardou, mas finalmente tornou-se público. Esta segunda-feira, a World Surf League (WSL) anunciou o calendário do circuito Challenger Series para a temporada de 2023, naquela que é a competição que vai decidir as últimas 15 vagas (10 homens + 5 mulheres) de acesso ao circuito mundial de surf de 2024.
O calendário apresentado pela WSL é composto por seis etapas, o que significa que o circuito que é a antecâmara do CT perdeu um evento face ao calendário da última temporada, que consagrou o italiano Leo Fioravanti e a havaiana Bettylou Sakura Johnson como campeões.
Até foram duas etapas que caíram, se tivermos em conta a visita a França, que inicialmente estava agendada, mas acabou por não suceder em 2022. Menos etapas para discutir o acesso à elite mundial, mas essa decisão vai continuar a passar por Portugal, mais concretamente pelas ondas da Ericeira.
O EDP Vissa Pro Ericeira presented by Estrella Galicia será a quinta e penúltima etapa do ano, assumindo aqui uma posição preponderante na definição de quem vai ou não subir ao CT.
O período de espera da prova portuguesa vai desenrolar-se de 1 a 8 de outubro.
Com a WSL a apostar na continuidade em termos de latitudes a visitar por este circuito, a grande novidade novidade no calendário divulgado é a ausência da etapa final no Havai, que selava as contas da qualificação. Assim era no antigo circuito mundial de qualificação (WQS), bem com nas duas edições anteriores da Challenger Series, que terminaram na icónica onda de Haleiwa, em pleno North Shore da ilha havaiana de Oahu. Desta vez, não será assim.
Tudo vai acabar no conhecido Maracaña do Surf com a realização do Corona Saquarema Pro, de 14 a 21 de outubro. Num circuito que vai passar por cinco continentes, mais uma vez a campanha arrancará na Austrália e já em maio, poucos dias após a conclusão da perna aussie do CT, que determinará que surfistas vão ficar abaixo do cut e terão de lutar pela requalificação na Challenger Series.
A época inicia-se com o Boost Mobile Gold Coast Pro, de 6 a 13 de maio, seguindo-se depois o Sydney Surf Pro, que tão boa recordação deixa ao surf português após a histórica vitória de Teresa Bonvalot em Manly Beach no ano passado.
Depois de dois campeonatos no mês de maio, a Challenger Series de 2023 apenas voltará à água de 2 a 9 de julho na África do Sul, com o Ballito Pro. Antes de chegada a Portugal, o circuito vai assentar arraiais na icónica Huntington Beach para o tradicional US Open of Surfing, que deixa de ter a Vans como 'main sponsor'. De 29 de julho a 6 de agosto é o período de espera.
Para as contas finais, a WSL informa que vão contar os quatro melhores resultados dos surfistas ao longo do ano. Isto numa temporada em que vamos ter a redução do número de competidores em prova por evento, conforme já havia sido revelado.
Nos homens, passaremos de 96 para 80 surfistas, enquanto nas senhoras o elenco é reduzido de 64 para 48 competidoras. A WSL justifica essa decisão com o objetivo de otimizar da melhor maneira as ondulações que entram nas praias durante os eventos.
Composição das vagas para Challenger Series 2023
- Cada etapa terá 80 homens e 48 mulheres em ação;
- 12 homens e 7 mulheres que saiam do CT após o cut do meio da temporada;
- 10 homens e 5 mulheres do ranking das Challenger Series do ano anterior;
- 3 homens e 2 mulheres que não se tenham requalificado nem pelo CT nem pelas Challenger Series;
- Os 2 campeões mundiais juniores;
- 5 wildcards masculinos e 3 wildcards femininos;
- 49 homens e 30 mulheres oriundos dos circuitos regionais (Austrália/Oceânia, Ásia, África, Europa, Havai/Taiti, América do Norte e América Latina)
"Com este novo lote de atletas, todos os competidores estarão focados na qualificação para o CT e também conseguiremos aproveitar ao máximo as melhores condições de cada local. Por isso, estou entusiasmada para ver como é que estes eventos vão decorrer", disse Jessi Miley-Dyer, responsável máxima de competição da WSL.
Em comunicado oficial, a World Surf League explicou igualmente a questão relacionada com a presença dos tops mundiais neste circuito, que gerou alguma polémica no passado. Estes deixam de ter a necessidade de participar em duas etapas. Caso decidam entrar em algum campeonato, terão de solicitar um wildcard.
Recorde-se que para o circuito Challenger Series 2023, o surf luso já tem garantida a participação de pelo menos quatro competidores. Teresa Bonvalot e Frederico Morais devido aos rankings do ano anterior. A estes juntam-se Yolanda Hopkins, já apurada via QS regional europeu onde sagrou-se campeã continental, bem como Francisca Veselko, que agarrou a vaga na sequência do título mundial Júnior conquistado no inicio do presente ano.
Dentro de duas semanas, na Costa de Caparica, mais surfistas portugueses vão tentar obter passaporte para o último degrau de acesso ao CT. O ano passado foram meia dúzia aqueles que marcaram presença neste circuito.
Calendário Challenger Series 2023:
Boost Mobile Gold Coast Pro Presented by GWM (Queensland, Austrália): 6 a 13 de maio
GWM Sydney Surf Pro Presented by Bonsoy (Nova Gales do Sul, Austrália): 17 a 24 de maio
Ballito Pro Presented by O’Neill (KwaZulu-Natal, África do Sul): 2 a 9 de julho
US Open of Surfing Presented by Pacifico (Huntington Beach, EUA): 29 de julho a 6 de agosto
EDP Vissla Pro Ericeira Presented by Estrella Galicia (Ericeira, Portugal): 1 a 8 de outubro
Corona Saquarema Pro (Rio de Janeiro, Brasil): 14 a 21 de outubro
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