As praias do arquipélago da Madeira não apresentam concentrações excessivas de microplásticos em comparação com areais dos Açores e Canárias, indicou coordenador do projeto IMPLAMAC, Javier Hernández Borges, referindo que foram analisadas sete áreas balneares na região.
“Podemos dizer que, em muitas praias da Macaronésia [Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde], as concentrações de microplásticos são relativamente baixas, mas temos, sobretudo nos Açores e em Canárias, identificados pontos negros de chegada massiva de microplásticos”, explicou o investigador e professor da Universidade de La Laguna, responsável pela coordenação do estudo.
Javier Hernández Borges falava aos jornalistas no Funchal, no âmbito da presentação dos resultados preliminares do projeto IMPLAMAC – Avaliação do impacto dos microplásticos e poluentes emergentes nas costas da Macaronésia.
O IMPLAMAC está integrado no programa comunitário INTERREG e dispõe de um orçamento de 1,3 milhões de euros para monitorizar 46 praias nos quatro arquipélagos.
“A Madeira não tem concentrações excessivamente altas de microplásticos comparada com outros arquipélagos”, explicou, indicando que, pelo contrário, nos Açores e nas Canárias foram sinalizados vários “pontos negros”.
“São pontos em que de maneira constante, devido à orientação da praia e às condições meteorológicas, chegam quantidades importantes de microplásticos durante todo o ano”, esclareceu, dando como exemplo a Praia de Porto Pim, na ilha do Faial, Açores.
No arquipélago da Madeira foram monitorizadas sete praias e em todas foi sinalizada a presença de microplásticos.
As que registam maior quantidade, embora não em excesso, as do Seixal e Maiata, na costa norte da ilha da Madeira, e Docas, no Porto Santo.
Em Cabo Verde foi sinalizada apenas uma praia com concentração “um pouco alta”, mas não está catalogada como ponto crítico.
“O padrão de chegada de microplásticos a todos os arquipélagos da Macaronésia é muito parecido, chegam principalmente fragmentos, que são peças de plástico rígido com bordos irregulares, de cor branca”, disse Javier Hernández Borges, sublinhando que cerca de 50% dos peixes analisados também contêm algum tipo de microplástico.
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