O surf nacional foi novamente notícia em virtude do grande momento que atravessam as competidoras portuguesas a nível internacional. Um momento praticamente invencível e que tem trazido grandes feitos atrás de grandes feitos para Portugal. Contudo, no lado oposto está o surf masculino, onde a crise de resultado no QS europeu está cada vez mais agudizada. Com a temporada 2022/23 a chegar ao fim, os surfistas portugueses estão cada vez mais longe do topo do ranking.
Após Taghazout, onde o melhor português foi Joaquim Chaves com o 9.º posto, não há qualquer surfista português no top 15 do ranking, que apura os oito primeiros surfistas para as Challenger Series 2023. O surfista luso mais bem posicionado é Guilherme Ribeiro, estando o campeão nacional no 16.º posto, com 1800 pontos, logo seguindo por Frederico Morais, no 17.º posto. Joaquim Chaves fecha o top 20. O cut está já a mais de 800 pontos de distância para Gui e Kikas e praticamente a mil para Joaquim.
Embora ainda não tenha conseguido um resultado de destaque em prova de 3000 mil pontos, o campeão nacional destaca-se pelo triunfo que obteve no verão passado em Lacanau, numa prova memorável que colocou dois portugueses no pódio. Só que esse feito rendeu somente 1000 pontos para Guilherme Ribeiro, ao contrário, por exemplo, de Taghazout e Anglet que ofereceram três vezes mais pontos ao vencedor.
Estes são os três surfistas portugueses melhor posicionados para tentarem ainda inverter esta delicada situação, quando o circuito vier até à Costa de Caparica, em Abril, para o QS3000 que fecha a temporada. Embora o momento não ajude, a verdade é que a matemática ainda está do lado destes surfistas, sendo preciso pensar em grande e numa chegada às rondas finais para dar um salto para lugares de qualificação.
Mais para baixo no ranking surgem surfistas que ainda podem sonhar, mas cujo requisito para praticamente por vencer o Caparica Surf Fest. No 31.º posto está Afonso Antunes, seguindo-se Matias Canhoto no 37.º lugar, já abaixo da barreira dos 1000 pontos, Francisco Almeida no 39.º lugar e Luís Perloiro no 44.º posto, contabilizando um total de apenas sete surfistas no top 50 do ranking.
Depois há ainda os casos de dois dos principais surfistas portugueses, que estão praticamente arredados destas contas. Guilherme Fonseca, que vem de um ano em que brilhou no Mundial ISA, e Vasco Ribeiro, que vem de uma pausa competitiva, ocupam somente o 98.º lugar, depois de se terem estreado esta temporada em Taghazout, ambos com 200 pontos do 33.º lugar. Contudo, mesmo dependendo de terceiros, um triunfo na Caparica ainda pode valer o passaporte para o top 8.
A temporada de 2022/23 não está a ser fácil para as cores nacional, tal como já não tinha sido a anterior.
Aí, apenas Vasco Ribeiro conseguiu um lugar nas Challenger Series em virtude de ter recebido wildcard, enquanto Frederico Morais lá foi parar por ter caído do Tour. Se a situação não mudar na Caparica, Portugal arrisca-se a ficar novamente ao sabor de convites para ter algum representante na luta pela qualificação para o CT 2024.
Bem diferente é a situação da França, que tem dominado o QS desde que há dois anos ficou sem qualquer representante no CT, após o adeus de Jeremy Flores. Se no ano passado Maxime Huscenot corrigiu esse gap, este ano são mais que prometem tentar imitar o antigo campão mundial júnior. Isto porque no top 8 do QS europeu, os sete primeiros lugares são franceses. No top 10 apenas o canário Luis Díaz, no 8.º posto, foge a esta hegemonia.
O ranking é liderado de forma surpreendente pelo jove Tiago Carrique, que, apesar de não ter vencido qualquer etapa, tem sido bastante regular ao longo da temporada. Ainda assim, a vantagem é muito curta para Kauli Vaast,que vem de um triunfo em Marrocos, e para Gatien Delahaye, que venceu em Anglet, e que se seguem no ranking, todos acima dos 4 mil pontos e já praticamente garantidos nas Challenger Series de 2023.
Seguem-se os mais experientes Jorgann Couzinet e Joan Duru também bem lançados para a qualificação. Por fim, Marco Mignot e Tim Bisso, juntam-se a Díaz nos lugares mais perto da bolha. São esses os principais alvos dos portugueses caso ainda queiram sonhar em retirar algo para salvar a época. É na Caparica que tudo se decide. Isto se a menos de dois meses do final da temporada, a WSL Europa não se lembrar de adicionar mais eventos ao calendário de surpresa…
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