O final pode estar à vista para Kelly Slater. Aos 51 anos e com 11 títulos mundiais no currículo, o veterano surfista norte-americano abriu o jogo sobre o futuro e revelou ter o sonho de competir nos Jogos Olímpicos de Paris’2024. E se tal acontecer Kelly promete que se irá retirar das competições logo após as Olimpíadas.
Em entrevista ao jornal australiana “The Guardian”, o maior surfista de todos os tempos admitiu a possibilidade, analisando as possibilidades que terá de lutar por uma medalha olímpica na prova que decorrerá em Teahupoo, no Taiti, numa altura em que terá já 52 anos. “Se conseguir ir a Paris’2024, vou retirar-me após os Jogos Olímpicos”, garantiu.
“Tenho uma grande esperança de conseguir apurar-me para Paris’2024, mas até lá tenho de entrar na linha. O processo de qualificação é difícil, mas se o conseguir fazer a localização da prova assenta muito bem no meu surf. Se conseguir lá chegar penso que tenho uma grande hipótese de chegar às medalhas, mas, para ser sincero, a parte mais difícil vai ser lá chegar”, frisou.
Como pode Kelly Slater apurar-se para os Jogos Olímpicos?
O facto de, aos 51 anos, ainda pertencer à elite do surf mundial, coloca Slater na luta por uma das 10 vagas disponíveis no World Tour 2023. Os primeiros 10 surfistas do ranking mundial no final da época irão garantir bilhete para Paris’2024, sendo que cada nação apenas poderá qualificar um máximo de dois surfistas neste processo.
Ou seja, entre norte-americanos e havaianos, Kelly só poderá ter um adversário à frente no ranking e ainda fazer parte dos 10 primeiros surfistas selecionáveis.
No processo de qualificação para Tóquio’2020 Slater falhou a qualificação por um lugar, depois dos compatriotas Kolohe Andino e John John Florence terem ficado à sua frente no ranking. A luta será muito renhida e contra o 11 vezes campeão mundial está o facto de não ter arrancado na melhor forma após as duas primeiras etapas da temporada, ambas disputadas no Havai. Atualmente no 16.º posto do ranking, Kelly Slater tem já quatro adversários à sua frente, com o norte-americano Griffin Colapinto e o havaiano John John Florence a serem, para já, os surfistas em lugares de qualificação para a equipa americana.
Contudo, em relação a Tóquio, há uma novidade no processo de qualificação olímpica. Cada país tem a possibilidade de conseguir uma vaga extra de qualificação, que está destinada aos países que vencerem coletivamente o Mundial ISA em 2024. Isto depois de o Mundial do ano passado já ter atribuído uma dessas vagas a Japão no masculino e Estados Unidos no feminino. Os norte-americanos até estiveram muito perto da vitória em 2022, mas terão de fazê-lo em 2024 para essa vaga poder ser destinada a Slater.
Caso isso aconteça, a vaga é atribuída à equipa masculina norte-americana que poderá escolher qualquer surfista, desde que este cumpra os requisitos de qualificação. O principal requisito é ter participado nos Mundiais ISA de 2023 e 2024. Dessa forma, esta ainda parece ser a possibilidade mais real de qualificação para Kelly Slater, sendo necessário esperar para perceber se o selecionador norte-americano o irá integrar na equipa que irá disputar os dois próximos mundiais.
Contas à parte, Slater admitiu ainda que a chegada do surf aos Jogos Olímpicos mudou-lhe os planos da carreira, depois de décadas de rumores sobre um potencial final da carreira. “Em pequeno o meu sonho passava por ganhar campeonatos e, eventualmente, ser campeão mundial um dia. Era assim que via o meu futuro no surf. Mas com a entrada do surf nos Jogos Olímpicos, surgiu um novo objetivo para tentar atingir”, rematou.
Através da rede de livecams, podes visualizar em direto e tempo real toda a evolução do estado do mar e da praia.
Podes também confirmar as previsões relativas a todas as praias através da nossa página Praias Beachcam.