Diz a tradição que Filipe Toledo não se costuma dar muito bem nas ondas havaianas, nomeadamente Pipeline, obtendo resultados mais discretos em comparação com outras latitudes do circuito mundial de surf, onde já saiu vencedor.
Porém, tudo foi diferente este ano.
Mais motivado do que nunca após a conquista do primeiro título mundial em 2022, Toledo entrou bastante forte na nova temporada ao contrário do que sucedeu há um ano.
Na perna havaiana dessa que veio a revelar-se uma campanha de sucesso, Filipe não foi além de dois nonos lugares, ficando sempre pelos oitavos-de-final. Na altura, o havaiano Seth Moniz e o australiano Ethan Ewing foram os carrascos. Só em Supertubos é que o surfista brasileiro lançou a primeira pedra do que viria a ser o seu 2022.
Desta vez, nos mesmos spots (Pipeline e Sunset Beach), o vigente campeão do mundo mostrou as garras e todo o potencial do seu surf. Em Pipeline, ao alcançar o quinto posto, igualou o melhor resultado da carreira na onda rainha do surf mundial. Agora em Sunset, o surfista de 27 anos alcançou a 13ª vitória em etapas do CT , a primeira numa etapa que foi disputada no North Shore de Oahu.
Só Jack Robinson, o surfista que venceu em Pipe, fez mais pontos após duas etapas disputadas no CT 2023. "Estou agradecido por estar nesta posição. O Havai é sempre um daqueles locais onde queremos melhorar, evoluir e vencer campeonatos", disse o competidor sul-americano em comunicado da World Surf League (WSL).
Filipe Toledo teve a companhia dos filhos em Sunset
WSL/Brent Bielmann
Já em relação à vitória obtida em Sunset Beach, onde um surfista brasileiro já não vencia uma etapa do CT desde Fábio Gouveia em 1991, Filipe Toledo foi bastante claro. "Tem um grande significado. Trabalhei muito para este momento a treinar e surfar. O ano passado foi divertido. Aprendi muito com o facto de ter alcançado o que sempre quis: o meu título mundial."
De acordo com Toledo, toda essa experiência acumulada permitiu gerir da melhor maneira o desenrolar da final diante do norte-americano Griffin Colapinto, com quem havia perdido duas finais em 2022 e começou por baixo o decisivo duelo do Hurleu Pro Sunset Beach.
"Quando chegam situações destas, sinto que estou muito bem preparado e pronto para tudo o que possa surgir. Sabia que a onda certa ia chegar. A final foi lenta durante grande parte do tempo e consegui ver que o Griffin estava tenso, mesmo tendo aquela onda de 9,17 pts. Parecia que estava um pouco nervoso. Fiquei calmo, não perdi a compostura, esperei pela onda e depois fiz o que tinha a fazer", contou o paulista.
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