Nos últimos anos, a grande referência do surf feminino europeu ao nível do Championship Tour (CT) tem sido Johanne Defay. A pequena francesa nascida há 29 anos numa terra sem mar, Le Puy-en-Velay, tem vindo a conquistar com muito arreganho o seu espaço numa turma que é amplamente dominada pelas surfistas havaianas, australianas e norte-americanas.
Tal como Tatiana Weston-Webb em relação ao país irmão, Johanne é o rosto de uma escola que procura vingar ao mais alto nível. Ambas ainda não conseguiram conquistar o tão desejado título mundial, que seria inédito para as duas nações em causa, mas as sucessivas presenças na finalíssima de Trestles mostram que o caminho está a ser bem percorrido.
Em 2021 e 2022, Defay viveu os seus melhores anos com a licra vestida na elite mundial, até ao momento.
Foi quarta classificada do ranking há duas temporadas, enquanto no ano passado conseguiu meter-se no pódio, alcançando o terceiro posto. A competidora europeia foi a melhor das 'outras' se retirarmos da equação as consagradíssimas Stephanie Gilmore e Carissa Moore, que guardam para si 13 dos últimos 15 títulos mundiais que estiveram em jogo.
Agora, temos a temporada de 2023 prestes a começar nos tubos de Pipeline, no Havai. Falta menos de uma semana para abrir o período de espera do Billabong Pro Pipeline. Contudo, a surfista residente na Ilha Reunião já sabe que só mais tarde é que vai estrear-se na nova campanha, muito provavelmente isso acontecerá nos nossos Supertubos, lá mais para março.
A culpa foi de um incidente há algumas semanas atrás enquanto surfava e que culminou na fratura do metatarso direito. Lesão essa que abriu as portas da perna havaiana à portuguesa Teresa Bonvalot e que para a gaulesa representa o ponto final numa sequência incrível de presenças no CT.
Desde o seu ano de rookie, em 2014, Johanne não falhou uma única etapa. Foi a sempre a dizer presente no livro de ponto até atingir o extraordinário número de 79 etapas consecutivas realizadas, isto se contarmos com as finalíssimas de 2021 e 2022. É obra!
Mais notável é ainda se vermos que ao longo destes oito anos de atividade ininterrupta ao mais alto nível, Johanne Defay fechou quatro épocas entre as cinco melhores do planeta e só em três temporadas (2014, 2017 e 2019) é que não conseguiu subir ao lugar mais alto do pódio. Aí, já ascendeu em meia de dezena de ocasiões, mas nunca na Europa curiosamente. Pelo meio desta aventura, Defay também levou o surf do hexágono à primeira prova olímpica da história em Tóquio'2020.
Consistência tem vindo a ser a palavra de ordem numa carreira bonita à qual nem a falta de patrocinadores travou a progressão da sorridente francesa. Bem pelo contrário, como se pode ver...
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